PF intima diretor e ex-nº 2 da Abin para explicar suposta espionagem contra Paraguai

Joédson Alves/Agência Brasil
Fachada da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

A Polícia Federal intimou Luiz Fernando Corrêa, diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), e Alessandro Moretti, ex-diretor adjunto do órgão, a prestarem depoimentos sobre as suspeitas de espionagem irregular contra o governo do Paraguai.

Conforme reportou o canal CNN Brasil, os depoimentos devem ser colhidos na quinta-feira, 17, na sede da PF. Em março, dois funcionários da agência relataram aos policiais um ataque hacker promovido pelo governo brasileiro.

Segundo os depoimentos, servidores da Abin acessaram computadores paraguaios entre 2022 e 2023 para obter informações sigilosas a respeito da negociação de tarifas da usina hidrelétrica de Itaipu, localizada na fronteira entre os dois países e objeto de uma disputa comercial entre os governos.

O governo Lula (PT) negou autoria da invasão. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que a operação foi “autorizada pelo governo anterior”, chefiado por Jair Bolsonaro (PL), e “tornada sem efeito pelo diretor interino da Abin em 27 de março de 2023, tão logo a atual gestão [de Lula] tomou conhecimento do fato”.

No início de abril, o Paraguai convocou seu embaixador no Brasil, Juan Manuel Delgadillo, e o embaixador do Brasil no Paraguai, José Antonio Marcondes, “a fim de que informem sobre os aspectos relacionados à ação de inteligência em assuntos do governo paraguaio”.