04/11/2024 - 10:11
A Polícia Federal concluiu o inquérito sobre os assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, no dia 5 de junho de 2022, nas proximidades da terra indígena Vale do Javari, no Amazonas. O encerramento do inquérito ocorreu na sexta-feira, 1, mas a corporação divulgou a informação nesta segunda-feira, 4. Agora o relatório deve ser encaminhado à Justiça.
De acordo com a PF, a investigação confirmou que os assassinatos ocorreram em decorrência das atividades de fiscalização que Bruno exercia na região, visto que ele atuava em defesa da preservação ambiental e na garantia dos direitos indígenas.
A corporação ainda indiciou o mandante do crime e outras oito pessoas por participação nas duas mortes.
Conforme a PF, o mandante foi o responsável por fornecer os cartuchos das armas utilizadas no crime, patrocinar a empreitada e “intervir na colaboração da ocultação dos cadáveres”. “Os demais indiciados tiveram papéis na execução dos homicídios e na ocultação dos cadáveres das vítimas”, completou.
Relembre o caso
Bruno Pereira era servidor licenciado da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) e recebia diversas ameaças por conta do trabalho que fazia na região junto aos indígenas contra invasores, pescadores, garimpeiros e madeireiros.
No momento do crime, o indigenista acompanhava o jornalista britânico Dom Phillips, que estava na região para produzir uma reportagem sobre o Vale do Javari, área que concentra a maior quantidade de indígenas isolados do mundo.
Os dois foram visto pela última vez no dia 5 de junho de 2022. Cerca de 10 dias depois, os restos mortais deles foram encontrados. Os corpos tinham sido queimados, esquartejados e tinham marcas de tiros. Segundo a perícia da PF, Bruno foi atingido por três disparos, sendo dois no peito e um cabeça, e Dom, apenas um tiro.
A PF investigou se havia um esquema de lavagem de dinheiro para o narcotráfico por meio da venda de peixes e animais capturados por criminosos. Há suspeitas de que o mandante do crime teria colocado a “cabeça de Bruno a leilão”.