A Polícia Federal (PF) indiciou mais dois suspeitos pelos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, mortos há um ano, na manhã de 5 de junho de 2022, na região do Vale do Javari, no Amazonas.

O crime ocorreu durante uma expedição da dupla pelo Vale do Javari. Eles tiveram seus corpos queimados e enterrados. Seus cadáveres só foram encontrados 10 dias depois.

De acordo com informações divulgadas neste domingo (04/06) pela TV Globo, os indiciados são Rubem Villar, conhecido como Colômbia, e o pescador Jânio Freitas de Souza.

Colômbia é apontado como sendo o mandante do crime e suspeito de liderar uma organização criminosa de pesca ilegal na região. Ele foi preso em julho de 2022 por falsidade ideológica. Jânio Freitas de Souza faria parte dessa organização. Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como o Pelado, também integraria o grupo. Ele e Jefferson da Silva Lima confessaram os assassinatos e estão presos.

Um terceiro réu preso pelas mortes é Oseney de Olivera, conhecido como “dos Santos”.

Durante as investigações, Colômbia e Pelado foram colocados na mesma cela, onde a polícia gravou uma conversa em que Colômbia pede para Pelado não dizer à polícia que foi ele [Colômbia] quem forneceu a munição usada para matar Bruno e Dom.

De acordo com a polícia, Colômbia exercia o comando de uma organização criminosa, financiando e operando expedições de pesca ilegal que, depois, era contrabandeada para Peru e Colômbia.

Os pescadores ilegais Amarildo dos Santos, o Pelado, e Jânio Freitas de Souza, da comunidade São Rafael, estariam hierarquicamente abaixo de Colômbia na organização.

De acordo com a polícia, em um ano ocorreram mais de 400 ligações entre os acusados – inclusive no dia do crime, em períodos logo antes e depois da execução, o que seriam indícios de um crime premeditado.

Homicídio e ocultação de cadáver

No dia 21 de julho, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou Pelado, seu irmão, Oseney de Oliveira, que também confessou o crime, e Jefferson da Silva Lima – que nega envolvimento – por duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver de Bruno e Dom. A denúncia já foi aceita pela Justiça Federal em Tabatinga (AM), o que tornou os três réus.

Segundo o órgão, o assassinato teria acontecido porque Bruno pediu a Phillips – que estava fazendo pesquisas para um livro sobre a Amazônia – que fotografasse o barco do trio. Além disso, segundo o MPF, já havia registros de desentendimentos entre Pelado e Bruno por conta da pesca ilegal em território indígena.