A Polícia Federal indiciou nesta quinta-feira, 4, o ex-presidente Jair Bolsonaro por lavagem de dinheiro e associação criminosa na venda de joias árabes entregues ao governo federal. Além dele, outras 11 pessoas são alvos do inquérito. 

Segundo a PF, a cúpula teria se apropriado das joias presenteadas durante a gestão de Bolsonaro no Palácio do Planalto. Os produtos teriam sido colocados à venda nos Estados Unidos em junho de 2022. 

Além de Bolsonaro, foram indiciados o ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque, os advogados do ex-presidente Frederick Wassef e Fábio Wajngarten, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid e o ex-chefe da Receita Federal Julio Cesar Vieira Gomes. 

Os produtos foram presentados pelo governo da Arábia Saudita durante uma viagem oficial em 2019. Entre os produtos estavam um kit de joias para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e um kit com relógio e abotoaduras para o ex-presidente. 

Os presentes foram retirados pelo ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque em 2021. Na época, a Receita Federal reteve um dos estojos, que seria destinado à Michelle Bolsonaro. 

A PF ainda aponta que o grupo atuou para pressionar funcionários da Receita para a liberação das joias. 

O relatório deve ser entregue ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que irá enviar o inquérito à Procuradoria-Geral da República (PGR). Será o Ministério Público que decidirá se vai ou não denunciar o ex-presidente. 

Em nota, o gabinete de Moraes informou que “os autos físicos e sigilosos da PET 11645 encontram-se na Polícia Federal, não tendo sido encaminhados ao Supremo Tribunal Federal qualquer pedido ou relatório”.