PF indicia Bolsonaro e Ramagem em caso de ‘Abin paralela’

(ANSA) – BRASÍLIA, 17 GIU – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado federal Alexandre Ramagem (PL) e o vereador Carlos Bolsonaro (PL), filho do ex-mandatário, foram indiciados nesta terça-feira (17) pela Polícia Federal (PF), no inquérito que investiga um esquema de espionagem ilegal dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).   

Ao todo, o inquérito ? conhecido como o caso da “Abin paralela” ? inclui mais de 30 indiciados, entre eles o atual diretor-geral da Abin, delegado Luiz Fernando Corrêa, nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).   

A PF aponta que a estrutura da Agência Brasileira de Inteligência foi usada irregularmente para realizar o monitoramento de autoridades públicas e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), durante o governo anterior, para fins políticos.   

De acordo com o relatório entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Abin, sob o comando de Ramagem, foi usada por um esquema paralelo de vigilância, voltado a atender interesses políticos do então presidente Bolsonaro.   

As operações ilegais envolveram o uso de ferramentas de monitoramento clandestino e coleta indevida de informações.   

Segundo a investigação da PF, a Abin espionou ministros do STF, entre eles Luís Roberto Barroso, Luiz Fux, Dias Toffoli e Alexandre de Moraes, além de políticos, jornalistas e servidores públicos.   

O relatório aponta que Ramagem como o principal responsável por organizar o esquema ilegal de monitoramento para favorecer a família Bolsonaro, enquanto que o ex-presidente do Brasil foi indiciado por ter conhecimento do funcionamento da estrutura paralela e se beneficiar diretamente dela.   

Além disso, as apurações alegam que Bolsonaro não tomou nenhuma medida para interromper a prática de espionagem ilegal.   

Já Carlos, filho de Bolsonaro, é acusado de chefiar o chamado “gabinete do ódio”, que teria sido responsável por usar os dados obtidos por meio da Abin paralela para produzir e divulgar conteúdos nas redes sociais para afetar adversários políticos do próprio pai. (ANSA).