A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (14) a operação Avis Aurea, com o objetivo de investigar uma organização criminosa que estaria envolvida com a compra de ouro ilícito do estado de Roraima. As autoridades apuram movimentações de mais de R$ 420 milhões relacionadas ao financiamento do garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami.

No total, são cumpridos 13 mandados de busca e apreensão, em Roraima, São Paulo e em Goiás, expedidos pela 4ª Vara Federal Criminal da Justiça Federal em Roraima.

Conforma a PF, as investigações tiveram início após uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal apreender mais de R$ 4 milhões em espécie em um veículo no município de Cáceres (MT). Em inquérito policial, a PF identificou que os valores seriam apenas uma parcela, inserida em um contexto de sucessivas aquisições de ouro em Roraima.

Parte da organização estaria baseada no estado e receberia valores de pessoas físicas e jurídicas de outros locais com o fim de adquirir ouro de garimpos ilegais. O dinheiro seria movimentado, principalmente, por via terrestre, saindo das regiões Sudeste e Centro-Oeste com destino à cidade de Boa Vista (RR), em viagens que poderiam demorar mais de uma semana.

Já para a saída do ouro de Roraima, o grupo contaria com o apoio de um funcionário de uma companhia aérea que auxiliaria o despacho do mineral.

Entre os investigados estão empresários, advogados e até um servidor público do município de Boa Vista. Segundo a PF, uma das empresas suspeitas de participar do esquema já esteve envolvida em uma ação da PF que apreendeu 111 kg de ouro em um avião em Goiânia (GO). A organização criminosa teria movimentado, pelo menos, R$ 422 milhões de reais em um período de cinco anos.