A Polícia Federal cumpre na manhã desta quarta-feira (27) ordens judiciais no âmbito do inquérito sobre fake news, que tramita junto ao Supremo Tribunal Federal. Agentes realizam 29 buscas no Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Paraná e Santa Catarina. Os mandados foram expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, relator da investigação no STF, e miram nomes ligados ao “gabinete do ódio”.

Entre os alvos de buscas estão o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, o deputado estadual Douglas Garcia (PSL), o dono das lojas Havan, Luciano Hang, e os blogueiros Allan dos Santos e Sara Winter.

Em uma rede social, Garcia comentou que os agentes da PF estiveram em seu gabinete na Assembleia Legislativa de São Paulo. E classificou o inquérito de “perseguição” e que a investigação tem “o intuito de criminalizar a liberdade de expressão e a atividade parlamentar”. Roberto Jefferson e Luciano Hang ainda não se pronunciaram sobre a operação.

A investigação foi aberta no dia 14 de março de 2019, por portaria assinada pelo presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli, e trata de ameaças, ofensas e fake news disseminadas contra integrantes da Corte e seus familiares. As apurações já atingiram ao menos 12 pessoas, entre deputados federais, estaduais e empresários bolsonaristas.

Foram alvo de mandatos e deverão ser ouvidos no âmbito do inquérito nos próximos dias os deputados federais Bia Kicis, Carla Zambelli, Daniel Lúcio, Filipe Barros, Geraldo Junio, Luiz Phillipe de Orleans e Bragança e os deputados estaduais Douglas Garcia e Gildevânio Ilso.

Como mostrou reportagem do Estadão, doze perfis com prática sistemática de ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) nas redes sociais já foram mapeados pelo inquérito. A investigação corre sob sigilo e deve ser concluída ainda neste semestre, quando seguirá para o Ministério Público.

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No âmbito de tal inquérito, Alexandre de Moraes cobrou nesta terça-feira, 27, explicações do ministro da Educação, Abraham Weintraub sobre a declaração feita na reunião de 22 de abril, quando Weintraub afirmou que, por ele, “botava esses vagabundos todos na cadeia”, “começando no STF”. O titular do Ministério da Educação terá agora cinco dias para prestar depoimento à Polícia Federal.

*Com Agência Estado


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