PF encontra celulares em congelador na casa de prefeito eleito de Duque de Caxias em operação que investiga compra de votos

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Segundo a PF, a organização criminosa é composta por políticos e empresários e atuava nas cidades de Duque de Caxias e São João de Meriti Foto: Reprodução/GloboNews

A PF (Polícia Federal) encontrou aparelhos celulares escondidos no congelador na residência de Netinho Reis (MDB), prefeito eleito de Duque de Caxias (RJ), durante operação realizada nesta terça-feira, 13. O secretário estadual de Transporte e Mobilidade Urbana do Rio de Janeiro, Washington Reis (MDB), também é alvo da ação que investiga uma quadrilha suspeita de comprar votos e lavar dinheiro. As informações são do “Conexão GloboNews”, da “GloboNews”.

De acordo com as autoridades, a vereadora Fernanda Isabel da Costa (MDB), filha de Fernandinho Beira-Mar, apontado como líder do CV (Comando Vermelho), também é investigada na ação. Segundo a PF, a organização criminosa é composta por políticos e empresários e atuava nas cidades de Duque de Caxias e São João de Meriti.

Foram cumpridos 22 mandados de busca e apreensão na capital fluminense, em Duque de Caxias, em Nova Iguaçu (RJ) e em São João de Meriti (RJ).

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Conforme as autoridades, a quadrilha movimentava quantias milionárias em uma tentativa de manter a hegemonia dos envolvidos no poder público, contratando empresas para favorecer campanhas.

O secretário Washington Reis já ocupou o cargo no executivo de Duque de Caxias. O atual prefeito da cidade, Wilson Reis (MDB) também é alvo da operação da PF. O vereador Júnior Reis (MDB) também é investigado. Na casa do parlamentar, a PF encontrou R$ 23 mil em espécie.

De acordo com a PF, foram encontrados R$ 2 milhões na mala de um assessor em São João de Meriti. As investigações se iniciaram em outubro, quando um homem foi preso em flagrante em Duque de Caxias com R$ 1,9 milhão em dinheiro vivo, sob suspeita de compra de votos.

Não é a primeira vez que o clã Reis é alvo da PF neste ano. Integrantes da família são investigados como integrantes de um braço do esquema de fraudes em cartões de vacinação da covid-19 – o qual levou ao primeiro indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. Neste caso, a PF também imputou crime ao deputado federal Gutemberg Reis (MDB), irmão de Washington.

A defesa de Washington Reis alegou que a campanha de Netinho foi feita com transparência e teve as contas aprovadas. O atual prefeito de Duque de Caxias, Wilson Reis, afirmou que não tem envolvimento com o caso e está à disposição da Justiça.

*Com informações do Estadão