O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, negou que a instituição esteja sujeita a interferências políticas. Ele foi questionado sobre ingerência do ministro da Justiça ou do presidente da República para decidir o que será investigado e onde a força irá se concentrar para combater o crime no Brasil.
“A Polícia Federal hoje, ela é uma polícia, historicamente, vem com momentos mais turbulentos, mas é uma polícia de Estado”, disse Andrei em trecho de entrevista ao programa Canal Livre, da Band. A íntegra do programa, gravado previamente, será exibida na noite deste domingo, 23.
“Eu falo pela nossa gestão atual, pelo ministro da Justiça, que tivemos os dois ministros Flávio Dino e Ricardo Lewandowski e pelo presidente da República, e que em nenhum momento tem interferência política na instituição”, completou o chefe da PF.
Crime organizado
Andrei Rodrigues afirmou que, para enfrentar o crime organizado, é necessário pensar em pelo menos três principais eixos: “a descapitalização, ou seja, retirar aquilo que move o crime organizado; a prisão de lideranças; e o terceiro, que é um pilar fundamental da cooperação internacional e integração interna que nós tanto temos estimulado”.
Sobre a proposta de emenda à Constituição que foi apelidada de PEC da Segurança Pública, Rodrigues disse que o texto não reduz as competências dos Estados. “Pelo contrário, o que há ali é uma medida que visa que tenhamos uma maior integração e uma coordenação nacional, em razão do enfrentamento necessário ao crime organizado, que é nacional e transnacional”, disse.
A PEC é uma proposta do governo Lula para institucionalizar a integração entre as forças de segurança federais, estaduais e municipais. O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que pretende aprovar a proposta no plenário antes do recesso parlamentar de fim de ano.