A Polícia Federal disse ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em um documento, que canais de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nas redes sociais usam a mesma estratégia utilizada na comunicação do ex-presidente dos EUA Donald Trump nas eleições de 2016, de diminuir a fronteira entre o que é verdade e o que é mentira. As informações são da coluna Painel, da Folha, e do G1.

A estratégia utilizada por bolsonaristas, segundo a PF, é a de atacar os veículos tradicionais de comunicação, assim como feito na campanha presidencial dos EUA em 2016, quando Steve Bannon comandava a campanha de Trump, e que também foi enxergada pela PF nas eleições de 2018 no Brasil, enquanto Bolsonaro era candidato à Presidência.

Ainda de acordo com o jornal, o modelo procura eliminar a figura dos intermediários formadores de opinião, desqualificar as posições contrárias e promover “ataques a veículos tradicionais de difusão de informação (jornais, rádio, TV, etc.)”, diz a PF.

Na segunda-feira (16), o TSE proibiu as redes sociais de repassarem dinheiro a páginas bolsonaristas investigadas por fake news, a pedido da PF. No documento, a polícia federal diz que “é um modelo exitoso de influência baseado na forma como os indivíduos percebem, aprendem, absorvem e difundem as informações que outros fornecem no processo de comunicação”.

O método também tem sido utilizado nas campanhas de ataques à confiabilidade das urnas eletrônicas, segundo a PF, e que, neste caso específico, “tem como figura central, o Exmo. Sr. Presidente da República Jair Messias Bolsonaro”.

A PF também apontou indícios de que a suposta engenharia criminosa pode contar com Bolsonaro, seus filhos 01, 02 e 03, Flávio (Patriota-RJ), Carlos (Republicanos-RJ) e Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), respectivamente, além de parlamentares da tropa de choque do presidente, como as deputadas Bia Kicis (PSL-DF) e Carla Zambelli (PSL-SP).