10/08/2022 - 14:24
O Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e a Policia Federal (PF) descobriram a tempo um plano elaborado pelos líderes do PCC, com a participação de advogados e familiares dos criminosos, para o resgate dos principais dirigentes do grupo criminoso que cumpriam pena em vários presídios federais, como Campo Grande (MS) e Porto Velho (RO). Assim, o Depen e a PF cumpriram na manhã desta quarta-feira, 10, mandados de prisão, buscas e apreensão em uma grande operação que investiga a formação de um grupo suspeito de arquitetar um plano para resgatar os lideres da facção criminosa que age em todo o Brasil e que estão em presídios federais de segurança máxima.
Entres os detentos que segundo as investigações seriam resgatados, se encontram lideranças da facção criminosa como Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola; Cláudio Barbará da Silva, o Barbará; e Valdeci Alves dos Santos, o Colorido.
Os policiais cumpriram mandados de busca e apreensão em uma residência localizada num luxuoso condomínio em Alphaville, na grande São Paulo, que pertence à esposa de Marcola. A mulher de Marcola e a cunhada de Barbará foram presas na operação.
De acordo com a PF, a organização criminosa planejava sequestrar autoridades para conseguir a soltura das lideranças da facção, dentre outras ações. A operação denominada Anjos da Guarda foi realizada contra os lideres das facções que estão detidos em penitenciárias de Brasília (DF), Campo Grande (MS) e Porto Velho (RO).
Segundo a PF, uma rede de comunicação era realizada por advogados que trabalham para o PCC e que mediavam a troca de mensagens entre os presos e os suspeitos de envolvimento com a ação de resgate dos marginais dos presídios. Os advogados atuavam no plano transmitindo tanto os pedidos dos presos quanto o retorno das mensagens dos criminosos envolvidos no resgate.
“Para organizar as atividades ilícitas, os investigados se valiam dos atendimentos e das visitas em parlatórios das penitenciárias, usando como códigos para a comunicação situações jurídicas que, comprovadamente, não existiam de fato”, afirma a PF.
O plano de fuga vinha sendo planejado há anos pelo grupo criminoso e se iniciou quando Marcola, apontado como o principal líder do PCC, ainda estava preso no sistema estadual penitenciário de São Paulo. Marcola foi transferido da capital paulista para a penitenciária federal de Brasília em março de 2019 e foi novamente transferido, em março deste ano, para o presídio federal de Porto Velho (RO). No total, 80 policiais federais participaram da operação nas cidades de Campo Grande, Porto Velho, São Paulo e Distrito Federal.