A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira, 4, a Operação Asfixia, 40ª fase da Lava Jato. Em nota, a PF informou que são cumpridos 16 mandados de busca e apreensão, 2 mandados de prisão preventiva, 2 mandados de prisão temporária e 5 mandados de condução coercitiva nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. São investigados os crimes de fraude à licitação, corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, em mais de uma dezena de licitações de grande porte da Petrobras

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A ação tem como alvos principais três ex-gerentes da área de Gás e Energia da Petrobras. Eles são suspeitos de receberem de mais de R$ 100 milhões em propinas de empreiteiras que eram contratadas pela estatal, além de operadores financeiros que utilizaram empresas de fachada para intermediar propina.

De acordo com as investigações, os ex-gerentes da pasta agiam para beneficiar empreiteiras em contratos com a Petrobras mediante o pagamento de vantagem indevida, direcionando as licitações para as empresas que integravam o esquema. Os pagamentos eram intermediados por duas empresas de fachada que simulavam prestação de serviços de consultoria com as empreiteiras e repassavam as vantagens indevidas para os agentes públicos corruptos.

Segundo as investigações, os pagamentos eram feitos de três formas: pagamentos em espécie; transferências para contas na Suíça; e pagamento de despesas pessoais dos ex-gerentes.

As apurações se basearam em provas obtidas por meio de quebras de sigilo telemático, bancário e fiscal dos envolvidos, além dos depoimentos de outros ex-gerentes da Petrobras e empreiteiros que firmaram colaboração premiada com o Ministério Público Federal.

Um carro da Polícia Federal participa de ação ligada à Lava Jato, no Rio de Janeiro
Um carro da Polícia Federal participa de ação ligada à Lava Jato, no Rio de Janeiro (Crédito:Agência Brasil)

Depoimentos de outros ex-gerentes da estatal relataram que o pagamento de propina prosseguiu até junho de 2016, mesmo após a deflagração da Operação Lava Jato e a saída dos empregados de seus cargos na Petrobras. Dentre os depoentes, destaca-se o depoimento de Edison Krummenauer, ex-gerente de empreendimentos da área de Gás e Energia da estatal petrolífera, que reconheceu ter recebido aproximadamente R$ 15 milhões de propina nesse esquema.

Asfixia. O nome desta fase da operação é uma referência à tentativa de cessar as fraudes e o desvio de recursos públicos em áreas da Petrobras destinadas a produção, distribuição e comercialização de gás combustível.

Os investigados responderão pela prática dos crimes de corrupção, fraude em licitações, evasão de divisas, lavagem de dinheiro dentre outros. Os presos serão levados para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, quando autorizados pelo juízo competente.

Em Belo Horizonte, são cumpridos 3 mandados de busca e apreensão e 2 mandados de condução coercitiva. Em São Paulo, são 4 mandados de busca e apreensão e 1 mandado de condução coercitiva. No Rio, 7 mandados de busca e apreensão, 2 mandados de prisão preventiva, 2 mandados de prisão temporária e 1 mandado de condução coercitiva. Na região metropolitana do Rio, são cumpridos 1 mandado de busca e apreensão e 1 mandado de condução coercitiva em Niterói e 1 mandado de busca e apreensão em Duque de Caxias.