PF apreende US$ 14 mil, pendrive e celular de Jair Bolsonaro

Ex-presidente foi alvo de operação na manhã desta sexta-feira e terá que usar tornozeleira eletrônica; defesa critica medida

Gustavo Moreno/STF
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pouco antes de ser interrogado no Supremo sobre suposta trama golpista Foto: Gustavo Moreno/STF

A Polícia Federal encontrou ao menos US$ 14 mil e R$ 8 mil na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro na manhã desta sexta-feira, 18. A informação foi confirmada por fontes da PF à ISTOÉ.

Bolsonaro foi alvo de uma operação por suspeita de financiamento ao filho, deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos. Para a PF, o pagamento de R$ 2 milhões ao parlamentar configurou obstrução de Justiça.

Deputado licenciado, Eduardo é alvo de uma investigação no STF e teria deixado o país alegando “perseguição” da Suprema Corte. Desde março, o parlamentar tem articulado sanções do governo norte-americano contra o ministro Alexandre de Moraes e sua esposa.

Além dos valores, os investigadores encontraram um pendrive escondido em um dos banheiros do ex-presidente. O celular do ex-presidente também foi apreendido.

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Entenda a operação

O ex-mandatário foi alvo nesta sexta-feira, 18, de uma operação da Polícia Federal na qual foram cumpridos mandados de busca e apreensão e aplicação de medidas restritivas, como uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno, proibição de acesso às redes sociais e comunicação com embaixadores, diplomatas estrangeiros e outros réus e investigados pelo STF.

O ministro Alexandre de Moraes entendeu que Bolsonaro e o filho, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro, atentaram contra a soberania do País quando instigaram “o governo estrangeiro a prática de atos hostis ao Brasil e à ostensiva tentativa submissão do funcionamento do Supremo Tribunal Federal aos Estados Unidos da América”.

Desde março de 2025, Eduardo está licenciado de seu cargo como deputado para permanecer nos EUA e tentar convencer o governo norte-americano a promover retaliações contra autoridades brasileiras. Uma das principais figuras do bolsonarismo, Eduardo entende que o pai sofre uma suposta perseguição política no País, já que é investigado no STF por participar da tentativa de golpe pós-eleições de 2022.

As investidas mostraram resultado no dia 9 de julho, quando o presidente americano Donald Trump anunciou taxas de 50% contra produtos brasileiros. Além disso, ele chegou a dizer que Bolsonaro passava por uma “caça às bruxas”. A decisão repercutiu negativamente e foi entendida como um ataque à autoridade do Brasil como jurisdição independente e soberana.