A Polícia Federal abriu inquérito nesta terça-feira (4) para investigar possíveis práticas de corrupção e peculato. O alvo da apuração é o chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), Fabio Wajngarten, conforme matéria do jornal Folha de S.Paulo.

A ação da PF segue o pedido do Ministério Público Federal (MPF), na última semana, em Brasília. As suspeitas são de peculato (crime que revela o desvio de recursos por agente público), corrupção passiva e advocacia administrativa, em que o gestor exerce o patrocínio de interesses privados na administração pública.

De acordo com o jornal, o chefe da Secom é sócio da empresa FW Comunicação, a qual obtém dinheiro de emissoras de TV, entre elas Record e Band, além de agências contratadas pela Secom, ministérios e estatais do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). No comando de Wajngarten, os clientes passaram a receber quantias de verba maiores de propaganda da secretaria.

O jornal divulgou nesta terça-feira (4) que Wajngarten ocultou da Comissão de Ética Pública da Presidência, as atividades da empresa e negócios sustentados por ela. Além disso, o secretário também é alvo de processo no Tribunal de Contas da União (TCU).

O caso correrá em sigilo e ficará sob responsabilidade da Superintendência da Polícia Federal em Brasília.

O que diz Wajngarten

Em nota divulgada no último dia 29 de janeiro, o secretário declarou que o pedido do MPF para a PF iniciar uma investigação contra ele é uma “oportunidade” para provar que não cometeu irregularidade.

“Não há qualquer relação entre a liberação de verbas publicitárias do governo e os contratos da minha empresa-da qual me afastei conforme a legislação determina-, anteriores à minha nomeação para o cargo, como pode ser atestado em cartório”, sustentou o secretário.

“Qualquer interpretação afora essa realidade factual é notória perseguição de um veículo de comunicação, que não aceita a nova diretriz da Secom”, acrescentou.