O pânico dos mercados em torno da pandemia de coronavírus, que pode levar o mundo a uma recessão, levou as cotações de petróleo a mais um dia de tombo. A iminência da contração da economia do mundo, que gera temores em relação à demanda pela commodity, afastou investidores de ativos de risco, como commodities, ao longo de toda a sessão, e pressionou os preços do óleo.

Em Nova York, o petróleo do tipo WTI para maio fechou em queda de US$ 6,50 (-23,78%), a US$ 20,98 o barril, menor valor desde abril de 1999. Já em Londres, o petróleo tipo Brent caiu US$ 3,91 (-13,40%), a US$ 24,88 o barril, cotação mais baixa desde janeiro de 2002, de acordo com dados do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Para além do “efeito coronavírus”, que resulta em liquidação de ativos de risco, há peso, ainda, da “guerra de preços” no mercado do setor, aberta pela Arábia Saudita na semana passada. Na avaliação do Commerzbank, banco alemão, a tendência de queda deve se manter até que haja sinais de que Arábia Saudita e Rússia abandonem a “guerra de preços”. “E esse certamente não é o caso no momento. Pelo contrário, a Arábia Saudita anunciou que pretende aumentar suas exportações de petróleo para mais de 10 milhões de barris por dia a partir de maio”, defende a instituição.

“Um choque enorme: o Produto Interno Bruto (PIB) global vai se contrair por dois trimestres consecutivos”, comentam analistas do JPMorgan, banco americano, em nota, sobre a retração da economia global.