Os contratos futuros de petróleo fecharam em forte queda, pressionados pelas preocupações com a variante Delta do coronavírus e seu potencial impacto na demanda. O WTI perdeu a marca dos US$ 70 por barril em Nova York. A publicação dos dados semanais de estoques nos Estados Unidos, que apresentaram uma elevação, enquanto o esperado por analistas era uma queda, teve um impacto tímido no mercado.

O barril do petróleo WTI com entrega prevista em setembro recuou 3,42% (US$ 2,41), a US$ 68,15, na New York Mercantile Exchange (Nymex). Na Intercontinental Exchange, o barril do Brent para outubro fechou em baixa de 2,80% (US$ 2,03), a US$ 70,38 o barril.

O petróleo estendeu as quedas das duas primeiras sessões da semana, de olho em mais possíveis impactos da disseminação do coronavírus à recuperação de algumas das principais economias globais. O principal foco das preocupações é a Ásia, onde China e Japão registram alguns dos piores índices de contaminação pelo vírus desde o início da crise sanitária.

Na visão do Commerzbank, os riscos para a demanda na China continuam sendo o “tópico número um” do mercado. Alguns observadores já estão revisando suas projeções de PIB para o terceiro trimestre no país, segundo o banco alemão. “Há um nervosismo particular no mercado de petróleo porque a demanda sofre consideravelmente com as restrições de mobilidade impostas em uma tentativa de combater o coronavírus”, conclui.

Os estoques de petróleo nos EUA subiram 3,627 milhões de barris na semana passada, informou o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) do país. O resultado surpreendeu analistas ouvidos pelo The Wall Street Journal, que previam queda de 2,7 milhões de barris. Na visão da Capital Economics, apesar do resultado não esperado, os estoques deverão cair logo, à medida que a demanda por derivados de petróleo, como a gasolina, continuar a aumentar.

No radar do mercado ficou ainda o sequestro de um navio tanque dos Emirados Árabes Unidos no Golfo de Omã, no que foi especialmente observado em virtude de uma potencial relação com o Irã.