O petróleo teve nesta sexta-feira, 13, mais um dia de recuperação após a forte baixa no meio da semana, com os investidores ponderando os fundamentos para o mercado. Na comparação com a sexta-feira passada (6), no entanto, os contratos acumularam queda, sob a pressão do retorno da oferta da Líbia, do temor com a guerra comercial e dos planos dentro do governo dos Estados Unidos para reduzir os preços.

Na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres, o barril do petróleo Brent para setembro subiu US$ 0,88 (+1,18%), para US$ 75,33, computando perda de 2,54% na semana. Na bolsa mercantil de Nova York (Nymex), o WTI para agosto avançou US$ 0,68 (+0,97%), para US$ 71,01, no entanto, houve queda semanal de 3,94%.

Na quarta-feira, 11, o petróleo sofreu sua maior queda diária em quase dois anos e meio. O movimento ocorreu após a estatal Nation Oil Company (NOC), da Líbia, informar que retomou o controle de portos e de um campo de produção, o que abre caminho para a volta de até 700 mil barris por dia aos mercados globais.

Analistas apontam que mais oferta do país africano poderia mitigar os problemas na produção em outros países, como a Venezuela.

Outro ponto que é analisado pelos investidores é a possibilidade aberta por autoridades dos EUA de que aliados poderiam comprar petróleo iraniano, apesar da volta de sanções contra o país.

“Se o Irã for impedido de entrar no mercado, acreditamos que os preços do barril de petróleo subirão para US$ 90, o que causaria uma inflação significativa de combustível, pesaria no sentimento dos consumidores e das empresas e acabaria prejudicando a economia. No entanto, este não é o nosso caso básico, já que tanto a Europa quanto a China mostraram disposição para manter o acordo nuclear com o Irã. Eles não têm interesse em um embargo de petróleo que aumentaria a inflação do combustível”, afirmou o analista de commodities do banco suíço Julius Baer Carsten Menke.

Aliás, a preocupação inflacionária foi citada por fontes da Casa Branca, ouvidas pela Bloomberg e pela Dow Jones Newswires, em um plano para o uso das reservas estratégicas e emergenciais de petróleo. O objetivo é o de baratear os preços de derivados.

Operadores do mercado de petróleo também monitoram a tensão comercial entre a China e os Estados Unidos, após o Escritório do Representante Comercial americano (USTR) iniciar o processo para impor tarifa de 10% sobre US$ 200 bilhões em produtos comprados do país asiático.