Os contratos de petróleo fecharam em alta nesta terça-feira, 19, com os investidores deixando para trás a ausência de um acordo na reunião de Doha e focando em problemas em alguns países que podem reduzir o excesso de oferta global.

Embora a ausência de um acordo para congelar a produção tenha provocado um efeito negativo no sentimento dos agentes do mercado, os fundamentos de oferta e demanda, na verdade, estão melhorando. No Kuwait, por exemplo, uma greve de trabalhadores do setor de petróleo deve tirar cerca de 2 milhões de barris por dia do mercado.

Outros problemas na Nigéria e no Iraque também provocaram cortes na oferta. Analistas destacam ainda que a diminuição da produção em países da América Latina e nos EUA vem se acelerando recentemente.

Analistas da Energy Aspects afirmaram em nota a clientes que o desequilíbrio no mercado de petróleo vai diminuir, com ou sem acordo entre os grandes produtores, mas isso vai levar tempo. “Não estamos passando de um enorme excesso de oferta para um enorme déficit do dia para a noite”, comentaram. “Isso provavelmente só vai acontecer no fim deste ano ou no começo de 2017.”

Olivier Jakob, da consultoria suíça Petromatrix, afirmou que os investidores estão apostando em um retorno do equilíbrio porque boa parte da capacidade ociosa que existia em 2015 desapareceu.

Agora os agentes do mercado aguardam o relatório semanal de estoques da associação de refinarias API, previsto para hoje ainda. Os dados oficiais sobre estoques nos EUA serão publicados amanhã pelo Departamento de Energia (DoE).

O WTI para junho, que já é o mais negociado, fechou com alta de US$ 1,28 (3,10%), a US$ 42,47 por barril, na Comex. Esse é o patamar mais alto de fechamento deste ano para um contrato negociado na Nymex. O Brent para o mesmo mês subiu US$ 1,12 (2,61%), a US$ 44,03 por barril, na ICE. Fonte: Dow Jones Newswires