Os contratos futuros de petróleo encerraram o pregão desta quinta-feira em alta, reagindo às especulações de que a Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) poderia adotar novos cortes na produção, associadas a uma sessão de maior apetite por risco entre investidores, com menor foco nas tensões globais envolvendo Estados Unidos e China.

O petróleo WTI para setembro, negociado na New York Mercantile Exchange (Nymex), fechou em alta de 2,84%, a US$ 52,54 o barril, distanciando-se da marca psicologicamente importante de US$ 50. Já o petróleo Brent para outubro, negociado na International Exchange (ICE), subiu 2,05%, a US$ 57,38 o barril.

Surgiram rumores de que a Opep poderia, em conjunto com aliados sob o acordo Opep+, realizar novos cortes na produção, como forma de conter a queda dos preços verificada nos últimos dias.

“A Arábia Saudita, país-membro e líder de facto da Opep, precisa que os preços sejam significativamente mais altos do que atualmente, para manter o orçamento nacional equilibrado”, diz o Commerzbank. “Isso confirma nossa opinião de que a Arábia Saudita fará tudo o que estiver ao seu alcance para evitar um excesso de oferta e estabilizar o preço do petróleo”, completa a instituição, em relatório divulgado a clientes.

Além disso, a China anunciou nesta madrugada avanço de 3,3% em suas exportações durante o mês de julho, na comparação anual. O indicador, que vem a público em meio a tensões comerciais e cambiais que o país asiático enfrenta contra os EUA, sinaliza que a redução da demanda pela commodity energética, no contexto de desaceleração de economias globais, pode não ser tão acentuada.

Pelo lado cambial, o dólar fraco ao longo de boa parte do pregão favorece a compra de commodities, na medida em que elas se tornam mais baratas para detentores de outras divisas.

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As altas nas cotações da commodity energética ocorrem no momento em que os contratos estão em bear market, ou seja, já caíram mais de 20% em relação ao mais recente pico de preços, registrado em 3 de outubro de 2018. As perdas se acentuaram nos últimos dias, reagindo a temores de diminuição da demanda global por energia após o presidente americano, Donald Trump, anunciar novas tarifas à China, piorando a guerra comercial.


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