22/04/2016 - 17:52
Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta sexta-feira, 22, influenciados por investidores aplicando em commodities na expectativa de que o cenário de excesso de oferta mundial deve ceder ao longo do ano.
De acordo com analistas e operadores, essas apostas ajudaram o petróleo a subir 30% nos últimos dois meses, confundindo muitos dos que esperavam uma queda nos preços após o fracasso das negociações de Doha, quando grandes produtores tentaram acordar um congelamento da produção aos níveis de janeiro.
Um dos reflexos dessa percepção é visto em fundos de hedge que aplicam em commodities. Estes que receberam mais aportes de dinheiro que pedidos de resgate em março, o sétimo mês consecutivo com essa tendência, de acordo com dados da eVestment. O movimento reverteu um longo período de saídas de capitais desses fundos, que receberam cerca de US$ 4,1 bilhões somente nos primeiros três meses do ano, o melhor trimestre em quase sete anos.
“O sentimento nos mercados de commodities ficou claramente mais otimista”, disse Jeffrey Currie, analista do Goldman Sachs, salientando, entretanto, que não acredita que essa reversão “seja por uma mudança sustentável nos fundamentos.”
No pregão de hoje, vários motivos foram citados para justificar essa crença. Além das interrupções na produção de países como Kuwait, Nigéria e Venezuela, também foi citada a queda na produção de petróleo dos Estados Unidos e uma reforma tributária na China, que deve ajudar a impulsionar o consumo não apenas do óleo combustível, mas também das demais commodities.
“Neste momento, estamos tão inundados por fluxos especulativos em vários setores que poderemos ter volatilidade ou até uma reação desmedida em reação a notícias até mesmo moderadas”, disse Bart Melek, da TD Securities.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato do WTI para junho fechou em alta de 1,43%, a US$ 43,73 por barril. Já na Intercontinental Exchange (ICE), o contrato do Brent para o mesmo mês subiu 1,30%, a US$ 45,11 por barril. Na semana, os contratos acumularam ganhos de 8,34% e 4,66%, respectivamente.
