As cotações do petróleo subiram nesta segunda-feira (28) impulsionados pelo anúncio de um acordo comercial entre Estados Unidos e União Europeia (UE), e o novo ultimato que deu o presidente americano, Donald Trump, à Rússia para pôr fim à guerra na Ucrânia.
O barril de tipo Brent, negociado em Londres para entrega em setembro, avançou 2,34%, para 70,04 dólares. Seu equivalente no mercado americano, o West Texas Intermediate (WTI) com vencimento no mesmo mês, subiu 2,38%, para 66,71 dólares.
“O mercado de petróleo reagiu positivamente ao anúncio de um acordo entre os Estados Unidos e a União Europeia sobre as tarifas”, disse o analista Gregory Brew, do Eurasia Group.
Trump e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciaram neste domingo, na Escócia, um acordo que prevê tarifas de 15% aos produtos europeus exportados aos Estados Unidos.
Os exportadores temiam que as tarifas chegassem a 30% em 1º de agosto, data limite fixada por Trump para a entrada em vigor dos encargos.
O acordo também estipula que o bloco europeu “compre […] os produtos americanos”, explicou à AFP Robert Yawger, de Mizuho USA, incluídos 750 bilhões de dólares [R$ 4,2 trilhões] nos próximos três anos de hidrocarbonetos como gás natural, petróleo e combustíveis nucleares.
O mercado de petróleo também foi impulsionado pela “redução do prazo que dispõem os russos para concluir um acordo de paz com a Ucrânia”, acrescentou o especialista.
Nesta segunda-feira, Trump deu ao presidente russo Vladimir Putin um novo prazo de “10 ou 12 dias” para terminar a guerra na Ucrânia se não quiser enfrentar sanções severas.
“Não há razão para esperar, simplesmente não vemos nenhum progresso sendo feito”, disse Trump, que, em 14 de julho, havia dado 50 dias a seu par russo.
“Todo aquele que utilize o petróleo russo […] também poderá ser sancionado”, acrescentou Yawger.
Os operadores do mercado também estão à espera de notícias das negociações entre Pequim e Washington, cuja terceira rodada começou nesta segunda-feira em Estocolmo.
Dado que a China é o maior importador de petróleo bruto do mundo, “se as negociações derem errado, isso poderia causar uma destruição da demanda”, estimou Yawger.
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