Os preços do petróleo caíram nesta segunda-feira (29), quando os temores de uma escalada no Oriente Médio viram-se compensados pela liquidação da gigante imobiliária chinesa Evergrande, um movimento percebido como negativo para a demanda.

O barril Brent do Mar do Norte, negociado no mercado europeu e para entrega em março, caiu 1,37%, para 82,40 dólares. Já o West Texas Intermediate (WTI), de referência nos Estados Unidos e para entrega no mesmo mês, perdeu 1,57%, para 76,78 dólares.

O dia começou com números positivos, com o mercado reagindo ao ataque com drone cometido no domingo contra bases americanas na Jordânia. Os ataques, reivindicados pela “Resistência Islâmica no Iraque”, mataram três militares americanos.

Mas o impulso nos preços pela manhã devido a essa situação cedeu na medida em que os operadores mudavam o foco para a China.

Um tribunal de Hong Kong ordenou nesta segunda-feira a liquidação da Evergrande, mas a empresa afirmou que continuaria operando, um caso que se tornou um símbolo dos crescentes problemas econômicos da China.

A Evergrande, com sede em Foshan, no sul do país, era a maior incorporadora imobiliária da China, com cerca de 70.000 funcionários em tempo integral no fim de 2022. Mas acumulou dívidas de mais de 300 bilhões de dólares (R$ 1,47 trilhão, na cotação atual) e se tornou símbolo da crise imobiliária que assola a segunda maior economia do mundo há alguns anos.

Este episódio acontece no momento em que a China apresenta indicadores que mostram um crescimento fraco, com consumo claudicante.

“Os dados continuam fracos e a situação da Evergrande é uma desvantagem adicional”, resumiu John Kilduff, da Again Capital. “Terão problemas com o setor imobiliário”, acrescentou.

“Isto acalmou os preços” do petróleo, segundo o analista, “apesar das notícias do Oriente Médio”, concluiu.

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China Evergrande Group