Os preços de petróleo operam sem direção única nesta sexta-feira à medida que investidores ponderavam, por um lado, riscos à oferta da Líbia e, por outro, preocupações renovadas em relação a uma desacelaração da economia global.

Às 9h46 (de Brasília), o barril do Brent para abril tinha alta de 0,34%, a US$ 61,83, na Intercontinental Exchange (ICE), enquanto o WTI para março caía 0,47%, a US$ 52,39 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex).

Houve uma retomada de confrontos perto do maior campo de petróleo da Líbia, o Sharara, contrariando expectativas de que a produção lá retornará em breve. Na quarta-feira, um general líbio tomou controle do campo, elevando a probabilidade de que a instalação voltará a produzir. A capacidade do Sharara, que foi fechado no fim do ano passado após um grupo armado tomar controle do campo exigindo condições de vida melhores na região, é de cerca de 300 mil barris por dia

“As rupturas não serão resolvidas em breve (…) e seguem dando algum apoio aos preços de petróleo”, disse o estrategista de commodities do UBS Giovanni Staunovo.

Já as preocupações em torno de um desaquecimento da expansão da economia global e os efeitos que ele tem sobre a demanda global por petróleo impuseram um teto aos preços em semanas recentes. “Crescentes preocupações econômicas, mercados acionários em queda e dúvidas emergindo de que o conflito comercial entre os Estados Unidos e a China será resolvido estão colocando os preços de petróleo sob pressão”, de acordo com analistas do Commerzbank.

No relatório do banco alemão, nota-se que, após a valorização brusca no começo do ano, a cotação do barril do Brent tem se movido “dentro de uma faixa estreita entre US$ 60 e US$ 63 desde o meio de janeiro”.

Mais tarde, às 16h, investidores acompanharão a contagem de poços e plataformas em operação nos EUA da Baker Hughes. Na semana que vem, a Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a Agência Internacional de Energia (AIE) publicam os seus relatórios mensais sobre o mercado de petróleo.