O petróleo opera em baixa nesta quarta-feira, após os trabalhadores do setor encerrarem uma greve de três dias no Kuwait. Além disso, afeta ainda o mercado o fato de que importantes países do setor, durante a reunião de domingo em Doha, não tenham conseguido chegar a um acordo para congelar a produção.

Às 9h (de Brasília), o petróleo WTI para maio, que vence hoje, caía 1,68%, a US$ 40,39 o barril, e o WTI para junho, mais líquido, recuava 1,44%, a US$ 41,86 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex). O Brent para junho tinha queda de 1,16%, a US$ 43,52 o barril, na ICE, em Londres.

A greve havia reduzido a produção diária do Kuwait de cerca de 3 milhões de barris por dia para 1,1 milhão de barris diários. Isso ajudou a reduzir a oferta no mercado físico, em meio a outros problemas na oferta no norte do Iraque, na Nigéria e no Mar do Norte, o que diminuía a produção global em 750 mil barris por dia, ou cerca da metade da taxa na qual a oferta global cresce neste momento, segundo estimativas.

O fim da paralisação “retira um dos principais suportes que permitiram que os preços se recuperassem facilmente após o resultado desapontador das conversas em Doha”, afirmou Tim Evans, analista da Citi Futures.

Apesar da falta de acordo entre produtores, as quedas nos preços haviam sido limitadas nesta semana porque o mercado mudou o foco para os problemas na oferta, ao avaliar que isso poderia iniciar um reequilíbrio no mercado. Os movimentos do preço nesta quarta-feira, porém, sugerem que a realidade do excesso de oferta volta a imperar.

Além disso, o mercado espera a divulgação do relatório semanal de estoques de petróleo nos Estados Unidos do Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês), às 11h30. Ontem, dados do American Petroleum Institute (API) apontaram que os estoques cresceram em 3,1 milhões de barris, o que sugere que no curto prazo uma alta nos preços pode ser limitada. Analistas esperam alta de 2,0 milhões de barris no relatório de estoques do DoE.

O mercado espera um reequilíbrio mais adiante neste ano, com a oferta mais próxima da demanda. “Uma redução duradoura no excesso de oferta pode ser esperada no segundo semestre do ano, graças a uma combinação de queda na produção de petróleo nos EUA e à demanda sazonalmente mais forte”, afirma o Commerzbank em nota. Fonte: Dow Jones Newswires.