Os contratos futuros de petróleo operam em queda nesta segunda-feira, pressionados pelo dólar mais forte e por preocupações de que o reduzido apetite pela commodity possa frustrar os esforços de grandes produtores de reduzir a oferta.

Às 8h30 (de Brasília), o petróleo WTI para setembro caía 0,57%, a US$ 48,54 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para outubro recuava 0,69%, a US$ 51,74 o barril, na ICE.

A valorização do dólar pressiona o petróleo. Como a commodity é cotada nesta moeda, nesse caso ela fica mais cara para os detentores de outras divisas, o que reduz o apetite dos investidores.

Na semana passada, o Agência Internacional de Energia (AIE) publicou números revisados para a demanda global por petróleo. A entidade disse que o crescimento na demanda em 2017 estava superando suas projeções anteriores.

A nova estimativa fica “apenas marginalmente acima do atual nível de produção da Opep”, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo, segundo analistas do Commerzbank. “Em outras palavras, não haverá qualquer déficit significativo na oferta no segundo semestre do ano, portanto dificilmente acontecerá qualquer grande redução no estoque”, afirmaram os economistas em nota.

Desde 2016, a Opep e alguns outros países, entre eles a Rússia, decidiram cortar a oferta global em cerca de 2%, em uma tentativa de reequilibrar o mercado.

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Embora os estoques globais tenham recuado, eles seguem acima da média dos últimos cinco anos – o nível que a Opep deseja retomar. “Desde o fim de julho, nós temos basicamente ficado de lado, com pequenos movimentos para o Brent, então estamos realmente dentro de uma faixa”, afirmou Bjarne Schieldrop, analista-chefe de commodities do SEB Markets. Segundo ele, esses movimentos são contidos pelos estoques e pela produção de xisto nos EUA. “Nós também temos tido alguma decepção com o nível de cumprimento na Opep do acordo para cortar a oferta.”

Investidores mostram-se preocupados com a produção de membros do cartel como Argélia, Iraque e Emirados Árabes, todos descumprindo seu compromisso para conter a produção. A Líbia, excluída do acordo para conter a oferta, busca impulsionar a produção.

Outro fator importante é a produção dos EUA, que tem desacelerado, mas continua a aumentar. No relatório da semana passada, a Baker Hughes informou que o número de poços e plataformas em atividade subiu 3, para 768. A JBC Energy diz que o fluxo extra lança dúvidas sobre os esforços para reequilibrar o mercado. Fonte: Dow Jones Newswires.


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