Os contratos futuros de petróleo chegaram a subir levemente mais cedo, mas agora têm viés negativo. Os investidores ainda avaliam as notícias de ontem da reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que terminou sem um acordo por um teto na produção do grupo, mas também se preparam para a divulgação de vários indicadores nesta manhã nos Estados Unidos, principalmente o relatório mensal de empregos (payroll), às 9h30 (de Brasília). Mais cedo, o governo da Rússia afirmou que pode elevar sua produção neste ano, o que pressiona os contratos.
Às 9h10 (de Brasília), o petróleo WTI para julho caía 0,65%, a US$ 48,85 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para agosto recuava 0,56%, a US$ 49,76 o barril, na plataforma ICE, em Londres.
Na quinta-feira, o relatório semanal dos EUA mostrou queda nos estoques de petróleo, gasolina e destilados. Além disso, a produção do país caiu 32 mil barris por dia na última semana e a maioria dos analistas do mercado acredita que isso influi no mercado, bem como problemas na produção em Nigéria, Canadá, Arábia Saudita e no Iraque.
Por outro lado, mais cedo o ministro da Energia russo, Alexander Novak, afirmou que o país pode elevar sua produção neste ano, mesmo com os preços globais ainda fracos. Ainda segundo Novak, a política da Opep não deve mudar, mesmo com um novo secretário-geral na entidade.
“O fato de que os preços do petróleo não fizeram qualquer grande movimento mostra que os mercados tinham expectativa zero de que um teto na produção pudesse ser fechado na reunião” da Opep, disse Ric Spooner, analista-chefe da CMC Markets.
Outros economistas acreditam que a reunião tenha sido positiva para o petróleo. O analista-chefe de commodities do banco sueco SEB Markets Merchant, Bjarne Schieldrop, disse que a reunião retirou um substancial risco de baixa, já que a Arábia Saudita deixou claro que não inundará o mercado, o que Riad poderia decidir fazer para prejudicar o rival Irã. Em nota, Schieldrop disse que a postura de união e em geral positiva no fim da reunião da Opep deu mais confiança de que não haverá uma luta interna no cartel.
Agora, o mercado aguarda da divulgação do relatório mensal de emprego dos EUA, às 9h30. Economistas ouvidos pelo Wall Street Journal esperam a geração de 158 mil vagas, com taxa de desemprego mantida em 5%. Um dado forte pode dar mais uma razão para o Federal Reserve, o banco central norte-americano, elevar os juros no país, o que fortaleceria o dólar. Como o petróleo é cotado em dólar, a valorização desta divisa torna a commodity mais cara para os detentores de outras moedas, o que reduz a demanda. Fonte: Dow Jones Newswires.