Os contratos de petróleo operam em alta na manhã desta sexta-feira, diante do otimismo com a economia doa Estados Unidos e da Alemanha. Além disso, o mercado continua na expectativa pela chance de um acordo para limitar a produção entre importantes países do setor.

Às 7h56 (de Brasília), o petróleo WTI para maio subia 3,49%, a US$ 38,56 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para junho avançava 3,14%, a US$ 40,67 o barril, na plataforma ICE, em Londres.

Em discurso na noite de quinta-feira, a presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, buscou dissipar os temores de que os Estados Unidos, o país que mais consome petróleo, poderia estar caminhando para uma nova recessão. Anteriormente neste ano, as preocupações com a economia norte-americana colaboraram para pressionar o petróleo para os níveis mais baixos em vários anos. Para Yellen, porém, a economia do país conseguiu um “tremendo progresso”, com um quadro quase de pleno emprego. Ao mesmo tempo, a presidente do Fed voltou a dizer que a alta nos juros deve ser gradual neste ano.

Outro sinal positivo veio da Alemanha. A agência de classificação de risco Moody’s previu que o crescimento do país acelere neste ano, de 1,7% em 2015 para 1,8%. Na agenda de indicadores, o superávit comercial alemão avançou para 19,8 bilhões de euros (US$ 22,5 bilhões) em fevereiro e superou a previsão de 18,0 bilhões de euros dos analistas, segundo dados oficiais de hoje.

O analista Michael Poulsen, da Global Risk Management, disse que o discurso de Yellen elevou o otimismo do mercado. Poulsen afirmou ainda que há uma forte atenção para a reunião do dia 17 em Doha, no Catar, quando produtores de dentro e de fora da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) discutirão a possibilidade de congelar a oferta para apoiar os preços. A expectativa diante da proposta deu algum alívio nos últimos dois meses às cotações, mas investidores ainda mostram temor sobre se o acordo pode ou não sair.

O Irã se recusa a controlar sua produção neste momento e afirma que buscará voltar aos níveis que possuía antes de sofrer sanções internacionais. A Arábia Saudita, um dos países que lançaram o acordo, sinalizou que poderia voltar atrás se Teerã não se unisse.

“O mercado está em suspenso até a reunião. Até lá, a menos que haja mudanças repentinas na retórica dos principais atores, o mercado deve estar em compasso de espera”, afirmou Barnabas Gan, analista de commodities da OCBC.

Apesar do avanço recente, os preços do petróleo continuam a recuar mais de 20% na comparação anual. A maioria dos analistas diz que há excesso de oferta, mas alguns acreditam que a queda na produção dos EUA e o crescimento da demanda pode aliviar o quadro ainda neste ano. O analista Jason Gammel, da Jefferies, diz que o preço atual do barril é insustentável e deve haver recuperação quando os mercados encontrarem um equilíbrio melhor, em meados do ano ou mais para o fim de 2016. Gammel adverte, porém, que a recuperação pode ser “retardada”. Fonte: Dow Jones Newswires.