Os contratos futuros de petróleo não mantinham sinal único na manhã desta sexta-feira, o que levou a diferença entre os preços do barril do tipo WTI e o do Brent ao maior patamar em três anos.
O petróleo WTI para julho recuava 0,79%, a US$ 66,51 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para agosto avançava 0,39%, a US$ 77,86 o barril, na ICE, às 8h (de Brasília).
Na quinta-feira, a diferença entre os preços atingiu dois dígitos pela primeira vez desde março de 2015. O avanço dela ocorre em grande parte por causa da crescente produção dos Estados Unidos e por gargalos na capacidade de transporte do óleo no país, segundo analistas.
A produção dos EUA subiu 215 mil barris ao dia em março, na comparação com o mês anterior, para o patamar recorde de 10,47 milhões de barris por dia, segundo o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês). O transporte do material, porém, não consegue manter o ritmo. Analista da corretora PVM Oil Associates, Stephen Brennock destaca justamente o peso sobre o sistema de transporte de petróleo dos EUA, neste momento. Para ele, a diferença entre os contratos é um sinal “claro” desse gargalo.
Os contratos tiveram dias de quedas recentes, após a notícia de que Arábia Saudita e Rússia estavam perto de um acordo para elevar a produção. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e nações parceiras como a Rússia, deve se reunir em 22 de junho em Viena para discutir a questão. Neste fim de semana, haverá uma reunião informal entre alguns integrantes da Opep e a Rússia, no Kuwait.
Analista da consultoria Petromatrix, Olivier Jakob diz que, até que uma decisão final sobre o assunto seja tomada, haverá um limite aos preços. “Já começamos a ver algum aumento na produção da Arábia Saudita e talvez da Rússia”, comentou.
Às 14h, a Baker Hughes divulga seu relatório semanal de poços e plataformas em operação na última semana. Fonte: Dow Jones Newswires.