Os contratos futuros de petróleo encerram uma sequência de três dias consecutivos em alta e voltaram a ter uma sessão de fortes perdas, após renovadas preocupações acerca do impacto do coronavírus na demanda global, em um momento de avanço da oferta por conta do impasse entre Arábia Saudita e Rússia.

O petróleo WTI para maio fechou com queda de 7,71%, a US$ 22,60 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para o mesmo mês recuou 3,83%, a US$ 26,34 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

A melhora do humor nas bolsas de valores dos dois lados do Atlântico, na esteira da aprovação no Senado americano do pacote fiscal de US$ 2 trilhões, não se replicou nos mercados de commodities.

Temores sobre os efeitos da pandemia no consumo do petróleo pesaram nas cotações, sobretudo após o diretor da Agência Internacional de Energia (AIE), Fatih Birol, estimar que a demanda global pode contrair 20% do que é hoje por conta do vírus.

“A demanda está em queda livre no momento, o que inicialmente deve atrair a maior parte da atenção (dos traders). Os preços de petróleo, portanto, provavelmente permanecerão sob pressão”, avalia o Commerzbank, em relatório enviado a clientes.

Para o Julius Baer, a guerra de preços entre russos e sauditas piora ainda mais a situação, provocado um excesso de oferta que deve fazer com que os estoques disparem em curto prazo.

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“A combinação de choque na demanda sem precedentes e o colapso da aliança de nações produtoras de petróleo traz um nível de incerteza excepcional”, diz o banco, que projeta que as cotações devem ficar abaixo de US$ 30 até o meio do ano.


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