Os contratos futuros de petróleo fecharam a sessão desta segunda-feira, 13, com sinais inversos, com investidores repercutindo o acordo firmado no domingo pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) que prevê corte de 9,7 milhões de barris por dia (bpd) na produção entre maio e junho. Embora autoridades tenham estimado que a redução total deve ficar próximo de 20 milhões de bpd, juntando os cortes de outros países, analistas acreditam que os esforços podem não ser suficientes para estabilizar o mercado.
Na New York Mercantile Exchange, o petróleo WTI para maio fechou em queda de 1,54%, a US$ 22,41, mas o Brent para junho subiu 0,95%, a US$ 31,74, na Intercontinental Exchange (ICE).
Após um final de semana de intensas negociações, a Opep+ superou impasse com o México e chegou ao pacto sobre corte na oferta, para fazer frente à contínuo queda na demanda devido ao impacto econômico do coronavírus. O país latino-americano se recusou a diminuir 400 mil bpd e fará ajuste menor, de 100 mil bpd, com o restante compensado pelos Estados Unidos.
Apesar disso, as cotações da commodity tiveram dificuldades em se manter em território positivo, em uma sessão volátil. “Talvez seja porque o corte de 9,7 milhões de bpd tenha ficado abaixo dos 10 milhões especulados ou anteriormente. Ou talvez porque as reduções só entrarão em efeito em junho”, avalia o BBH, em relatório enviado a clientes.
Pelo Twitter, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que os cortes devem somar cerca de 20 milhões de bpd, uma estimativa compartilhada pelo ministro da Energia da Rússia, Alexander Novak. Na avaliação do ING, esse número aponta para uma melhora nas perspectivas para os preços no segundo semestre do ano, sobretudo se houver uma recuperação da demanda.
“Revisamos nossa previsão para o Brent no terceiro trimestre, de US$ 35 para US$ 37, enquanto nossa projeção para o quarto trimestre foi revisada de US$ 45 para US$ 50”, destaca o banco, também em relatório.
Nos EUA, o impacto da crise no mercado já é visível nos dados referentes ao setor. Em documento sobre produtividade de petrolíferas, divulgado nesta segunda, a Administração de Informação de Energia (EIA, na sigla em inglês), ligado ao Departamento de Energia, prevê que a produção de petróleo no país cairá 183 mil bpd em maio, a 8,526 milhões de bpd.