Os contratos futuros de petróleo encerraram a sessão desta quinta-feira, 8, sem direção única. Enquanto a pandemia de coronavírus segue pressionando os preços, por colocar em cheque a recuperação da demanda global pela commodity energética, a desvalorização do dólar ante moedas rivais durante o dia ajudou o contrato negociado em Londres a sustentar alta ao fim da sessão.

O barril do petróleo WTI com entrega prevista para maio fechou em queda de 0,28% (-US$ 0,17), cotado a US$ 59,60, na New York Mercantile Exchange (Nymex). Já o Brent para o mês seguinte avançou 0,06% (+US$ 0,04), a US$ 63,20 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

O recrudescimento da pandemia do novo coronavírus e dificuldades na vacinação voltaram para o foco de investidores hoje. A Índia renovou seu recorde de casos diários, na mesma semana em que novas medidas de restrição foram adotadas em Marahashtra, maior Estado do país, para conter as infecções. Também preocupa o mercado os imbróglios envolvendo o imunizante da britânica AstraZeneca, usado em larga escala na Europa e que enfrenta desconfiança de governos por casos raros de trombose supostamente provocados pelo produto.

Ontem, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que a relação entre os casos de formação de coágulos e a vacina da AstraZeneca é “plausível”, após a Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) confirmar a associação. Diante disso, um órgão consultivo do Reino Unido decidiu desaconselhar o uso da vacina em pessoas menos de 30 anos no país. O premiê Boris Johnson, porém, negou a necessidade de atrasar o plano de reabertura britânico por conta da avaliação.

A Capital Economics, em relatório enviado a clientes, reconhece que a fraca demanda europeia por petróleo deve continuar no futuro próximo. A consultoria, porém, projeta que isso não será suficiente para segurar os preços da commodity ao longo do ano, diante da forte recuperação da economia dos Estados Unidos.

Durante a sessão de hoje, investidores continuaram repercutindo o aumento dos estoques americanos de petróleo, que caíram 3,522 milhões na última semana, segundo informou o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) do país.