Os contratos futuros de petróleo fecharam sem sinal único, por um lado impulsionados pela redução inesperada nos estoques nos Estados Unidos, mas por outro, pressionados por medidas tomadas pelo presidente norte-americano, Joe Biden, que afetam o setor. O avanço da covid-19 e as dificuldades para a vacinação, que colocam em dúvida o ritmo de recuperação da economia mundial no pós-pandemia, também influenciaram as operações.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do WTI para março avançou 0,46% (US$ 0,24), a US$ 52,85. Já o Brent para abril caiu 0,20% (US$ 0,11), a US$ 55,53 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

A dificuldade com a vacinação contra a covid-19, exemplificada nas disputas entre a União Europeia e a AstraZeneca, levou cautela aos mercados, após o mundo ter atingido a marca simbólica de 100 milhões de casos.

O cenário leva a crer na manutenção de restrições de mobilidade, o que influencia na demanda pelo petróleo. O dólar alto também pressiona o preço da commodity, uma vez que torna o petróleo mais caro para detentores de outras divisas.

Além disso, Biden assinou uma série de decretos nesta quarta-feira com objetivo de lidar com os desafios das mudanças climáticas. Entre as medidas, o democrata determinou a suspensão de vendas de petróleo e gás em propriedades públicas e reduziu a concessão de subsídios à produção de combustíveis fósseis.

“Restrições mais rígidas à exploração e ao transporte, aliadas à falta de apoio a projetos de petróleo e gás nos EUA, apontam para uma recuperação mais gradual da produção e, portanto, geralmente para preços mais altos no longo prazo”, avalia o Commerzbank. Mudanças na demanda também foram alvo do presidente, com o apoio a carros menos poluentes.

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Mais cedo, o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) dos EUA informou uma queda de 9,91 milhões de barris nos estoques da commodity na última semana, ante previsão de alta de 100 mil barris dos analistas. Os números chegaram a impulsionar os negócios, mas o fôlego diminuiu no decorrer do pregão. Na terça, o American Petroleum Institute (API) também registrou baixas nos estoques, o que é em parte atribuído a quedas “significantes das importações” do país, de acordo com o Commerzbank.


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