Os contratos futuros de petróleo encerraram o pregão desta sexta-feira em queda, em meio à escalada da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China. Pela manhã, o país asiático anunciou a imposição de tarifas a importações americanas; depois disso, o presidente dos EUA, Donald Trump, declarou em seu Twitter que responderia à medida pela tarde, o que não havia acontecido até o fechamento do pregão.

O petróleo WTI para entrega em outubro negociado na New York Mercantile Exchange (Nymex) caiu 2,13% para US$ 54,17 o barril. Já o petróleo Brent para o mesmo mês na Intercontinental Exchange (ICE) teve baixa de 0,97%, a US$ 59,34.

A China decidiu, nesta sexta-feira, impor tarifas de 5% a 10% sobre mais US$ 75 bilhões em mercadorias americanas, o que passará a valer em duas etapas: em 1º de setembro e 15 de dezembro. “É uma medida forçada para lidar com o unilateralismo e o protecionismo comercial dos EUA”, disse o Conselho Estatal da China.

Depois disso, Trump declarou que retaliará a medida nesta tarde, e que as empresas americanas estavam ordenadas a “começarem imediatamente a procurar alternativa à China, inclusive trazendo suas fábricas para cá e fazendo seus produtos nos EUA”. “Nós não precisamos da China e, francamente, seria melhor sem eles”, declarou o líder da Casa Branca.

Em meio à escalada das tensões entre as duas maiores economias do mundo, investidores fugiram de ativos de risco, como o petróleo, pressionando suas cotações. “O apetite por risco verificado na semana desaparece após as tarifas da China”, diz um relatório do BBVA divulgado a clientes.

A continuidade das retaliações mútuas também tende a acentuar a desaceleração da economia mundial, o que pode reduzir a demanda por petróleo.

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Os contratos da commodity chegaram a recuperar suas perdas pontualmente, em meio à repercussão do discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, que afirmou que a instituição agiria para sustentar a expansão dos EUA. O pessimismo com as retaliações mútuas entre americanos e chineses, contudo, prevaleceu.

Nesta sexta-feira, a Baker Hughes, companhia que presta serviços no setor petrolífero nos EUA, divulgou que o número de poços e plataformas de petróleo em atividade no país recuou 16 na última semana, a 754. O dado, contudo, não afetou o quadro de fraqueza nos contratos.


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