O petróleo fechou em forte queda nesta terça-feira, 16, com o avanço nas negociações do acordo nuclear entre Irã e União Europeia. Operadores também aguardam dados sobre os estoques de petróleo nos Estados Unidos.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para setembro fechou em baixa de 3,22% (US$ 2,88), a US$ 86,53 o barril, e o Brent para outubro recuou 2,90% (US$ 2,76), a US$ 92,34 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

Após 18 meses de negociações, progresso foi feito para reviver o acordo nuclear iraniano, afirma o analista para Oanda, Edward Moya. “Nós já estivemos aqui e vimos as conversas falharem. Dessa vez, o diferente é que os iranianos parecem estar dispostos a debater os termos”, diz.

Na estimativa do analista, caso o acordo seja retomado e o petróleo iraniano ganhe fluxo no mercado internacional, os preços do petróleo podem cair a US$ 80 por barril.

A União Europeia considerou a resposta de Teerã “construtiva”, reportou a Bloomberg, o que sinaliza maior chance de sucesso nas negociações.

Moya nota ainda que os preços do petróleo bruto têm caído à medida que crescem os temores de que a economia chinesa desacelere ainda mais, após a decepção com os dados de segunda-feira. A commodity deve seguir com dificuldades, enquanto a recuperação da China se enfraquece e a Alemanha segue com performance fraca na União Europeia, afirma o analista.

No Julius Baer, o chefe de pesquisa em economia, Norbert Ruecker, afirma que o risco de prêmio devido às tensões geopolíticas ligadas à guerra da Rússia na Ucrânia já desapareceram, em sua maioria, com o mercado de volta ao território neutro – ou até mesmo com tendência de baixa. “Mantemos nossa visão cautelosa à medida que o ciclo de humor diminui e os fundamentos têm alívio. Qualquer deterioração econômica inesperada apenas aceleraria o movimento de baixa.”

Nesta terça, o American Petroleum Institute (API) divulga as estimativas sobre os estoques de petróleo nos Estados Unidos. O dado oficial é publicado na quarta-feira pelo Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) do país.