Os contratos futuros de petróleo ampliaram nesta terça-feira, 17, as fortes perdas registradas na segunda-feira, 16, e voltaram a fechar em queda, com o WTI mais líquido terminando a sessão no menor valor em quatro anos. Investidores continuam a monitorar o noticiário sobre o avanço do coronavírus e as medidas de governos para fazer frente ao impacto econômico da pandemia.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato WTI para abril caiu 6,10%, a US$ 26,95 o barril, o menor nível desde fevereiro de 2016. Já na Intercontinental Exchange (ICE), o petróleo Brent para maio recuou 4,39%, a US$ 28,73 o barril.

No início do dia, os contratos da commodity ensaiaram recuperação, sustentados pelas expectativas do mercado por ações do governo para estimular a economia durante a pandemia de coronavírus. No entanto, as cotações voltaram a ser pressionadas nas horas seguintes.

À tarde, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que está estudando a possibilidade de implementar novas restrições de viagens, além das já anunciadas. O republicano revelou que pode proibir chegadas do Canadá e do México.

A notícia derrubou os preços do petróleo, que voltaram a ficar abaixo da marca de US$ 30 o barril. Na avaliação do Julius Baer, o nível atual do mercado é um sinal de que uma recessão global está no horizonte de curto prazo.

“Um breve estudo da história mostra que quedas tão significantes no petróleo, acima de 60% em um período de três meses, são eventos raros. Para ser preciso, aconteceu no final de 2008”, lembra o banco, em relatório enviado a clientes.

A instituição projeta que as cotações devem permanecer por volta de US$ 30 o barril no curto prazo. “O movimento de vendas do último mês é excepcional, mas a história indica que deve haver uma recuperação parcial. Vemos os preços deprimidos na casa de US$ 30 o barril no curtíssimo prazo, antes de entrar em uma lenta recuperação no meio do ano”, prevê.