Os contratos futuros de petróleo encerraram o pregão desta terça-feira, 6, em queda e reforçaram o movimento de bear market, com temores em relação à demanda global renovados pela continuidade das tensões comerciais e cambiais entre os Estados Unidos e a China.

O petróleo WTI para setembro negociado na New York Mercantile Exchange (Nymex) recuou 1,94% para US$ 53,63 o barril, cedendo 31% em relação ao seu último pico, registrado em 3 de outubro de 2018, quando o contrato mais líquido foi cotado a US$ 78,60.

Já na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para outubro caiu 1,45% nesta sessão, para US$ 58,94 o barril. A perda foi de 28% em relação ao seu último pico, também registrado em 3 de outubro de 2018, quando o contrato mais líquido foi cotado a US$ 82,19.

As cotações de petróleo recuaram diante dos temores sobre a demanda global da commodity energética, que aumentaram com a escalada das tensões comerciais e cambiais entre as duas maiores economias do mundo. A queda na demanda tende a pressionar os preços.

O Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) dos EUA divulgou relatório no qual reduziu, pelo sétimo mês consecutivo, sua previsão para 2019 do consumo mundial de petróleo. Para a instituição, o petróleo Brent deve ser cotado em média em US$ 64 no segundo semestre de 2019, enquanto o WTI deve ficar em média em US$ 58,50 no mesmo período.

“Preocupações sobre a demanda e o crescente conflito comercial ainda mantêm o mercado de petróleo em uma chave de braço”, diz o Commerzbank, em relatório divulgado a clientes. Os contratos chegaram a operar em alta no início do pregão, mas perderam força, em movimento que, de acordo com os economistas do banco alemão, “dificilmente vale a pena mencionar”.

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O chefe de Estratégia de Commodities do ING, Warren Patterson, pontua que “a fraqueza atual do mercado reflete preocupações sobre o crescimento da demanda para o restante deste ano, bem como para 2020, especialmente dado o atual ambiente macroeconômico e uma intensificação da guerra comercial. Existe um grande grau de ceticismo em torno das previsões de crescimento da demanda”.

As perdas são contidas, no entanto, por quedas na oferta. A produção de petróleo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) caiu para 29,88 milhões de barris por dia (bpd) em julho, 210 mil a menos do que no mês anterior e menor nível em cinco anos, segundo pesquisa da S&P Global Platts. O maior corte da produção foi da Arábia Saudita, que a reduziu em 150 mil bpd e produziu 9,70 milhões de bpd, menor resultado para julho em quase dez anos.

Entre as notícias do setor, recebeu destaque a imposição de novas sanções à Venezuela, produtora importante de petróleo, por parte dos EUA. A Casa Branca declarou embargo econômico total ao país sul-americano, congelando todos os ativos do governo e proibindo quaisquer transações com ele.


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