Os contratos de petróleo fecharam em queda nesta sexta-feira, 31, na esteira do temor com a expansão do coronavírus pelo mundo – já são 23 países atingidos – e a restrição de viagens internas na China, além da suspensão de voos de companhias internacionais para destinos chineses. Os investidores continuam monitorando os impactos do vírus de Wuhan na demanda por petróleo, em meio à previsões de maior desaceleração da economia da China, podendo se espalhar pelo Globo.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para março caiu 1,11%, a US$ 51,56 o barril, e o Brent para abril recuou 1,24%, a US$ 56,62 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
A notícia de que o Reino Unido entrou para a lista de países com casos confirmados de coronavírus inverteu o movimento de alta do petróleo visto na madrugada desta sexta (horário de Brasília). No fim da tarde de quinta, a OMS se posicionou contra restrições a comércio ou viagens devido ao surto, mas nesta sexta a United Airlines e Delta anunciaram suspensão de voos para a China, engrossando o grupo de companhias que cancelaram as rotas temporariamente.
Nesta sexta, o JPMorgan reduziu sua projeção de crescimento econômico da China em todo o ano atual, de 5,93% anteriormente para 5,80%.
Em relatório enviado a clientes, a Capital Economic afirma que “parece quase certo que o coronavírus conterá o crescimento econômico chinês e a demanda por commodities neste trimestre”, mas acredita que os preços possam subir ainda este ano, sem conseguir prever quando. “Nossa melhor aposta é que os preços aumentem ainda este ano, à medida que o crescimento econômico global lentamente comece a ganhar ritmo”, avalia a instituição.
O mercado de petróleo acompanhou ainda, notícias de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) estaria considerando antecipar uma próxima reunião do cartel.
Para Carsten Fritsch, analista do Commerzbank, essa atitude poderia prejudicar ainda mais os preços. “Não acreditamos que seria construtivo antecipar a reunião Opep+, ela poderia ser interpretada pelo mercado como uma resposta de pânico e, portanto, teria o efeito oposto”, avalia Carsten Fritch.