Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda nesta sexta-feira, 15, com os investidores digerindo os sinais de que a Opep está desacelerando os cortes na produção à medida que os preços do óleo estendem sua recuperação em 2019.

O petróleo WTI para abril fechou em baixa de 0,15%, a US$ 58,52 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para maio teve perda de 0,10%, a US$ 67,16 o barril, Intercontinental Exchange (ICE).

Em relatório mensal divulgado na quinta-feira, a Opep informou que a produção de seus integrantes caiu 221 mil barris por dia (bpd) no mês passado, para uma média de 30,55 milhões de bpd. Em janeiro, o corte na oferta do cartel havia sido de 797 mil bpd. A queda se deveu principalmente ao resultado da Venezuela, que enfrenta grave crise econômica e cuja indústria petrolífera está sob os efeitos de sanções dos Estados Unidos.

Ainda assim, a oferta global ficou em 99,7 milhões de barris por dia no mês passado, um aumento de 1,5 milhão de barris por dia em comparação com o mesmo mês do ano anterior, disse nesta sexta em relatório a Agência Internacional de Energia (AIE). Os números mostram o quão forte a produção dos EUA e da Opep estava no final do ano passado, quando os preços do petróleo caíram, e o quanto o cartel está reduzindo a produção para tentar estabilizar o mercado.

Ambos os relatórios mostraram que as reduções na produção do mês passado foram impulsionadas em grande parte pela Arábia Saudita, maior exportadora de petróleo do mundo. Declínios significativos também vieram da Venezuela, cuja indústria de petróleo tem sido sancionada pelos EUA desde janeiro, em meio à contínua agitação política e econômica.

A Opep e seus aliados – dez produtores parceiros fora do cartel, liderados pela Rússia – concordaram, no final de 2018, em reter a produção de petróleo em 1,2 milhão de barris por dia até o primeiro semestre de 2019. A Venezuela é um dos três membros da Opep isentos da última produção do grupo. “O limite de produção da Opep + continua a ser a força estabilizadora dos preços”, disse o analista de mercado da Oanda, Alfonso Esparza.

Apesar dos cortes de produção, dados econômicos fracos da China, um dos principais impulsionadores do crescimento global e da demanda por commodities, em particular causaram angústia para alguns analistas.

A postura cautelosa do Federal Reserve sobre as taxas de juros tem apoiado o petróleo e outros ativos arriscados, já que alguns investidores buscam maiores rendimentos, mas alguns analistas temem que dados econômicos mais pessimistas possam fazer com que o petróleo caia novamente. Nos Estados Unidos, a informação de que a produção industrial subiu 0,1%, menos do que o esperado por analistas consultados pelo Wall Street Journal, que previam aumento de 3%, contribuiu para esse cenário. (Com informações da Dow Jones Newswires)