Os contratos futuros de petróleo fecharam com forte valorização nesta sexta-feira, 8, influenciados por um movimento generalizado de apetite por risco após comentários da presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Janet Yellen, e também por declarações do ministro de energia da Rússia, afirmando que o país não descarta propor outras medidas além do congelamento da produção aos níveis de janeiro na reunião do dia 17, em Doha.

Na IntercontinentalExchange (ICE), o petróleo Brent para junho fechou alta de 6,37% (US$ 2,51), a US$ 41,94 por barril. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o WTI para maio avançou 6,60% (US$ 6,60%), a US$ 39,72 por barril. Na semana, ambos os contratos acumularam ganhos de 8,45% e 7,96%, respectivamente.

A alta da commodity fez parte de um movimento generalizado de otimismo entre os mercados, reagindo a declarações dadas ontem pela presidente do Fed. Em um evento onde estiveram presentes outros ex-presidentes do BC norte-americano, Yellen afirmou que a economia dos Estados Unidos tem feito um “tremendo progresso” e que o país está perto do pleno emprego.

Os comentários de Yellen beneficiaram a busca por ativos mais seguros, como as ações, o cobre e o próprio petróleo.

Outro fator positivo foram comentários feitos hoje por Alexander Novak, ministro de Energia russo. À agência de notícias local Tass, ele informou que não descarta propor, durante a reunião no dia 17 em Doha, outras propostas para o congelamento da produção.

A alta ainda emula uma tendência sazonal já vista em outros anos, ao passo que as refinarias dos EUA entram em manutenção para se preparar para o verão no hemisfério Norte, quando a demanda por gasolina aumenta.

“Existe essa coisa sazonal”, disse Brian LaRose, analista técnico sênior da ICAP. “Muitos também esperam(…) que a Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep) salve o dia.”

Hoje, um relatório da Baker Hughes mostrou que o número de poços e plataformas em atividade nos Estados Unidos caiu 8 na última semana, para 354. Este é o menor patamar desde 2009 e representa menos da metade dos poços e plataformas ativos na mesma época do ano passado.

Apesar do rali recente, os preços do petróleo ainda registram queda de mais de 20% sobre o ano anterior. A maior parte dos analistas ainda vê uma situação de excesso de oferta no mercado, mas alguns estimam que a queda na produção dos EUA e a alta da demanda podem reduzir essa pressão ao longo deste ano.

“Acreditamos que os preços atuais do petróleo são insustentáveis e esperamos uma recuperação apenas para meados ou fim do ano”, disse Jason Gammel, analista da Jefferies, acrescentando, no entanto, que essa recuperação pode ser “prolongada”. (Com informações da Dow Jones Newswires)