Os contratos futuros de petróleo fecharam em baixa nesta segunda-feira, 28, com os temores pela variante delta do coronavírus, que levou a imposição de medidas de restrição pelo mundo, sugerindo riscos à retomada da demanda. Além disso, investidores aguardam a reunião ministerial da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) na próxima quinta-feira, dia 1º de julho, ocasião na qual são esperados sinais sobre a produção.

O barril do petróleo WTI com entrega prevista para agosto fechou em queda de 1,54% (-US$ 1,14), a US$ 72,91, na New York Mercantile Exchange (Nymex). Já na Intercontinental Exchange (ICE), o barril do Brent para setembro caiu 1,64% (-US$ 1,24), a US$ 74,14.

Investidores venderam suas posições nos contratos de petróleo por conta dos renovados temores pela pandemia, segundo explica a analista da Rystad Energy Louise Dickson, em relatório enviado a clientes. “A previsão para a recuperação da demanda de petróleo pode estar um pouco superestimada e os traders estão enfrentando um choque de realidade nesta semana”, avaliou Dickson.

Nos últimos dias, Portugal e Espanha, tradicionais destinos para turistas britânicos no verão do Hemisfério Norte, impuseram restrições para viajantes vindos do Reino Unido em virtude da preocupação com a variante delta, que é predominante no país insular. Hong Kong também anunciou medidas semelhantes.

“O levantamento das medidas de saúde pública em toda a Europa em junho pode precisar de retrocesso, a fim de combater a nova propagação altamente contagiosa da nova variante”, resume Dickson.

Sobre a reunião de quinta, a analista da Rystad espera uma Opep+ “cautelosa”, com aumento da produção de “apenas” 100 mil a 200 mil barris por dia em agosto. Para o Commerzbank, “parece que o mercado nem mesmo se alarma com a possibilidade de a Opep aumentar a produção”.

Por um lado, “a demanda parece muito forte, independentemente das restrições de mobilidade, algumas das quais foram reintroduzidas”, dizem os analistas. Já pelo lado da oferta, a produção está crescendo de forma gradual na maioria dos países, avalia o banco alemão.

Segundo a análise, um retorno das exportações de petróleo do Irã em breve parece “improvável”. O tema é um dos mais monitorados em relação da oferta, devido às negociações para a retomada do acordo nuclear, que pode levar a uma retirada de sanções ao setor petroleiro de Teerã.