Os contratos futuros de petróleo fecharam em baixa nesta segunda, 28, seguindo receios do mercado quanto aos possíveis efeitos da variável de coronavírus descoberta no Reino Unido. A cautela prevaleceu sobre o otimismo com o novo pacote fiscal assinado nos Estados Unidos por Donald Trump. Há a expectativa de que os efeitos da vacinação contra a covid-19 venham a ser sentidos na demanda apenas na segunda metade de 2021, o que adiciona precaução ao mercado no curto prazo.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o WTI para fevereiro caiu 1,26% (US$ 0,61), para US$ 47,62 por barril, enquanto na Intercontinental Exchange (ICE) o Brent para o mesmo mês recuava 0,76% (US$ 0,39), a US$ 50,90 por barril, às 17h01 no pregão eletrônico.

“Os preços do petróleo estão um pouco pessimistas, já que os investidores estão preocupados com a demanda por combustível em meio ao agravamento da pandemia, especialmente depois que o Reino Unido confirmou que tinha duas novas cepas do coronavírus que são mais infecciosas”, avalia o Swissquote Bank em relatório.

Ainda assim, a queda nos preços do petróleo é limitada pelo otimismo em torno do último pacote de estímulo assinado por Trump. A medida prevê a injeção de US$ 900 bilhões na economia dos EUA para compensar os danos causados pela pandemia, e impulsiona os mercados.

A Al Monitor registrou hoje que os países exportadores do Golfo Pérsico estão “cautelosamente otimistas” quanto aos preços em 2021. A grande incerteza para o mercado no momento é a nova cepa do coronavírus, segundo Colby Connelly, analista da Energy Intelligence. A vacinação contra a doença, por sua vez, só deve ter os efeitos sentidos na demanda no segundo semestre, na expectativa dos governos.

Há ainda a pressão que pode ser colocada nos preços pela reintrodução das exportações iranianas, com Teerã tendo anunciando que irá dobrar a produção no próximo ano, em meio às possíveis tratativas sobre o Acordo Nuclear no governo de Joe Biden. A retirada de sanções ao país persa pode aumentar a oferta de petróleo no mercado, diminuindo os preços.

O processo, por sua vez, é complicado, com analistas reticentes quanto a um retorno aos termos do Acordo firmado em 2015. Além de uma conjuntura diferente no Oriente Médio, há ainda a expectativa quanto às eleições presidenciais que o Irã realizará em 2021.