Os contratos futuros de petróleo apresentaram recuperação nesta quarta-feira, 14, após o forte tombo do dia anterior, enquanto investidores avaliam preocupações de que a produção global da commodity possa superar a demanda contra possíveis cortes de oferta da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para entrega em dezembro fechou em alta de 1,01%, para US$ 56,25 por barril. Já na Intercontinental Exchange (ICE), o barril do Brent para entrega em janeiro subiu 0,99%, para US$ 66,12.

O WTI sofreu sua maior queda em três anos na terça-feira, fechando em queda de mais de 7% e atingindo o menor preço este ano, além de marcar um recorde de 12 sessões consecutivas de queda. O petróleo tipo Brent também sofreu uma baixa de mais de 6% no pregão anterior, com os dois benchmarks caindo cerca de 25% desde o pico mais recente. A Opep e seus aliados fora do cartel, liderados pela Rússia, sinalizaram no domingo que poderiam decidir em dezembro conter a produção em cerca de 1 milhão de barris por dia, em meio a sinais de que o mercado estará super abastecido em 2019.

Essa perspectiva reforçou os preços no começo da semana, antes de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticar via Twitter qualquer corte dos sauditas e da Opep, provocando uma nova onda de vendas de contratos de petróleo. “O fracasso da Opep em responder aos comentários de Trump gerou incerteza adicional. Claramente, os participantes do mercado querem testar o limite de dor da Opep. O alto volume de negociações sugere que os especuladores têm posições compradas ou construíram posições curtas”, disseram analistas do Commerzbank em nota a clientes.

Nesta quarta-feira, a Agência Internacional de Energia (AIE) alertou que a oferta global de petróleo está a caminho de superar significativamente a demanda, já que Rússia, Arábia Saudita e EUA estão bombeando óleo cru a níveis recordes. O diretor de estratégia de commodities do Saxo Bank, Ole Hansen, disse que o relatório tem um lado positivo com a AIE reiterando a projeção de crescimento da demanda para este ano e para o próximo, de 1,3 milhão de barris por dia (bpd) e de 1,4 milhão de bpd, respectivamente.

Essa projeção contrastou com o relatório mensal de mercado de petróleo da Opep, divulgado na terça-feira, que previa uma desaceleração no crescimento da demanda global em 40 mil bpd este ano e em 70 mil bpd em 2019. “Dadas as quedas recentes dos preços e o consenso crescente sobre uma situação fundamental mais problemática para 2019, o ônus será para a Opep para apresentar algum tipo de resultado construtivo no próximo mês”, comentaram analistas da consultoria JBC Energy em relatório enviado a clientes. A próxima reunião da Opep e de seus aliados ocorre no início de dezembro. Fonte: Dow Jones Newswires.