Os contratos de petróleo fecharam a sessão em forte alta, revertendo o recuo registrado no acumulado da semana passada. O óleo foi apoiado pelas incertezas na negociação entre Irã e economias desenvolvidas pela retomada do acordo nuclear de 2015. Otimismo pela retomada da economia global em 2021 e um dólar fraco também deram suporte à commodity energética.

O barril do petróleo WTI com entrega prevista para julho fechou em alta de 3,88% (US$ 2,47), a US$ 66,05, na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o do Brent para o mesmo mês subiu 3,04% (US$ 2,02), a US$ 68,46, na Intercontinental Exchange (ICE).

Após autoridades representantes dos países que negociam a volta do acordo nuclear apontarem para progresso nas conversas, desdobramentos recentes colocaram em evidência algumas discordâncias do Irã com países desenvolvidos, incluindo os Estados Unidos. No domingo, o secretário de Estado norte-americano, Anthony Blinken, disse que Teerã ainda não sinalizou de forma clara se cumprirá com o limite estabelecido para o enriquecimento de urânio.

Outro impasse surgido no fim de semana nas negociações foi o que envolvia o acesso de inspetores a imagens de câmeras em instalações nucleares iranianas. Após o porta-voz do Parlamento do país dizer que o acordo havia “expirado”, o Irã aceitou estender o pacto com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) nesta segunda-feira.

Caso as negociações avancem e o acordo nuclear seja retomado, é provável que nações desenvolvidas retirem suas sanções ao país do Oriente Médio, possibilitando que exportadores de petróleo iraniano aumentem suas produções. O ING estima, no entanto, que uma maior oferta iraniana seria absorvida pelo mercado, o que provocaria uma queda somente passageira dos preços no mercado futuro.

Investidores seguem otimistas pelo fortalecimento da demanda global por petróleo em 2021, à medida que a vacinação contra a covid-19 permite a retomada das principais economias do mundo.

“No curto prazo, os mercados de petróleo estão em déficit e a demanda está melhorando”, avaliam analistas do Morgan Stanley. Eles alertam, no entanto, para o nível “bem acima” da extremidade longa da curva em relação ao custo marginal da nova oferta do óleo. “Este é um risco que vale a pena monitorar, à medida que avançamos além dos estágios iniciais de recuperação do mercado”, dizem os analistas.

*Com informações de Dow Jones Newswires