Petróleo fecha em alta e amplia recuperação, mas WTI acumula perdas de 33,65%

Em uma sessão volátil, os contratos futuros de petróleo continuaram o movimento de recuperação nesta sexta-feira, 24, e fecharam em alta, mas acumularam quedas entre 23% e 33% na semana em que a commodity energética foi negociada abaixo de US$ 0 pela primeira vez na História.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para junho subiu 2,67%, a US$ 16,94 o barril, mas registrou queda de 33,65% na semana. Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para o mesmo mês avançou 0,52%, a US$ 21,44 o barril, mas acumulou perdas semanais de

23,65%.

“É provável que o mercado seja caracterizado por uma considerável volatilidade de preços por pelo menos mais um mês, até que a demanda global de petróleo atinja seu nível mais baixo”, afirma a Capital Economics.

A consultoria britânica destaca que o contrato do Brent para junho vencem na próxima quinta-feira, 30, mas diz não prever que o petróleo negociado na ICE repita o movimento do WTI para maio, que foi negociado abaixo de US$ 0 antes de expirar.

O colapso nos preços da commodity, no início da semana, ocorreu porque os investidores começaram a liquidar o contrato de maio do WTI para evitar a entrega física, após relatos de que o espaço para armazenamento de petróleo nos Estados Unidos estava perto de se esgotar e em meio à uma queda na demanda gerada pela pandemia de coronavírus.

No entanto, uma ameaça do presidente americano, Donald Trump, ao Irã permitiu certa recuperação nos preços, já que um novo conflito no Oriente Médio tem potencial para interromper a oferta de petróleo que passa pelo estreito de Ormuz.

Para o Commerzbank, porém, a oferta da commodity energética não pode ser “suficientemente reduzida” no curto prazo. “No entanto, os cortes de produção esperados, juntamente com a retomada da demanda, levarão a um reequilíbrio do mercado de petróleo na segunda metade do ano”, diz o banco alemão, em referência a um possível aprofundamento do acordo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) para cortes na produção de petróleo.