O petróleo avançou mais de 2% no pregão desta terça, 1º, depois do Irã atacar Israel e elevar as tensões no Oriente Médio a um patamar sem precedentes. Os preços chegaram a avançar mais de 5% nas máximas do dia, mas recuaram depois que o ataque cessou e as perdas foram mensuradas.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para novembro fechou em alta de 2,44% (US$ 1,66), a US$ 69,83 o barril, enquanto o Brent para dezembro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), fechou em alta de 2,59% (US$ 1,86), a US$ 73,56 o barril.

No início da manhã, a Inteligência dos EUA alertou que um ataque iminente do Irã poderia atingir o solo israelense dentro de poucas horas. A maior investida iraniana contra Israel, então, foi disparada por volta de 13h30 (de Brasília), com israelenses ameaçando retaliação – e inclusive sugerindo interromper uma importante rota de escoamento do petróleo iraniano, caso a investida se consumasse.

O petróleo chegou a subir 5% no início do ataque do Irã, mas desacelerou alta para em torno de 3% depois que Israel liberou seu espaço aéreo outra vez e demonstrou confiança de que a investida do Irã acabou, sem deixar grandes casualidades.

Segundo o analista da StoneX, Bruno Cordeiro, o clima de guerra no Oriente Médio “contribui para a volatilidade do mercado, e podemos ver uma movimentação, uma amplitude maior da variação dos preços nas próximas sessões”.

Robert Yawger, da Mizuho, avalia que os mercados têm se tornado mais resilientes quanto aos conflitos no Oriente Médio. Porém, quando os conflitos respingaram diretamente em um importante produtor internacional da commodity, é inevitável que pressões altistas se instalem, por riscos de oferta.

Ele diz que o embate corre o risco de tirar do mercado até 1,5 milhão de barris por dia em exportações iranianas, enquanto outros membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) podem relutar em intervir para preencher a lacuna. “Se você tirar esses barris do mercado, o preço do petróleo bruto global vai subir e você reintroduzirá um problema de inflação novamente”, diz Yawger.