Petróleo fecha em alta, com Fed, estoques americanos e EUA-China no radar

Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta pela quarta sessão consecutiva. O mercado opera no aguardo da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) amanhã, e também espera pelos dados de estoques americanos da commodity que sairão mais tarde nesta terça-feira, 30. Além disso, investidores monitoram a nova rodada de negociações entre Estados Unidos e China em busca de sinalizações sobre um possível acordo comercial.

O petróleo do tipo WTI para entrega em setembro negociado na New York Mercantile Exchange (Nymex) avançou 2,07%, a US$ 58,05 o barril, enquanto o petróleo Brent para outubro na Intercontinental Exchange (ICE) fechou com ganho de 1,58%, a US$ 64,63 o barril.

Para analistas do ING Group, os principais fatores que vêm sustentando a alta dos preços do petróleo nas últimas sessões são as expectativas de nova queda nos estoques americanos, a perspectiva de um corte de juros do Fed nesta semana e a retomada dos diálogos comerciais entre China e EUA. A instituição destaca que o mercado trabalhava com uma previsão de redução de 2,5 milhões de barris nos estoques americanos na última semana, antes da divulgação de hoje das estimativas do Instituto Americano de Petróleo (API, na sigla em inglês) e de amanhã pelo Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês).

Hoje, uma delegação americana comandada pelo secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, e pelo representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, se reuniu em Xangai com o vice-primeiro-ministro da China, Liu He.

O mercado também antecipa um corte de juros pelo Fed na quarta-feira, com 78,1% das apostas nos Fed funds monitorados pelo CME Group prevendo uma redução de 25 pontos-base. A acomodação monetária pelo Fed tende a desvalorizar o dólar, tornando o petróleo mais barato para compradores que possuem outras divisas.

Em meio às incertezas com o comércio internacional, a escalada de tensões no Oriente Médio tem ficado em segundo plano no radar dos investidores, observam analistas. “Acredito que o mercado está esperando por uma ruptura física da oferta”, avalia a estrategista-chefe de commodities da RBC Capital Markets, Helima Croft.

Para Croft, eventos como o afundamento de um petroleiro, ataques a oleodutos, investidas contra tropas americanas ou sinais de que o Irã está enriquecendo urânio mais rápido seriam o bastante para provocar uma resposta mais forte no mercado de energia.