Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta sexta-feira, recuperando parte das perdas da sessão da quinta-feira, que registrou quedas em torno de 7% nos contratos em Nova York e Londres. Os preços da commodity energética ficaram voláteis na maior parte do dia, ainda sob pressão do avanço da pandemia de coronavírus na Europa, que gera incertezas quanto à retomada da demanda global pelo óleo.

O movimento de recuperação nos preços, porém, aliado à alta na demanda por gasolina nos Estados Unidos, segundo operadores, apoiaram o avanço do petróleo nesta sexta, o primeiro das últimas seis sessões.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista para maio encerrou a sessão com ganhos de 2,30% (+US$ 1,38), a US$ 61,44 o barril. Na comparação semanal, o contrato recuou 6,36%. Já o barril do petróleo Brent para o mesmo mês avançou 1,98% nesta sexta, mas cedeu 6,78% na semana, fechando o dia cotado a US$ 64,53 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

Depois das maiores queda diárias desde junho de 2020, e seguindo cinco baixas seguidas, o que não ocorria com o Brent desde setembro passado e com o WTI desde fevereiro de 2020, segundo o Commerzbank, os barris tiveram alguma recuperação. O banco alemão não viu nenhum motivo específico para a venda massiva ocorrida na quinta, mas sinaliza que “os preços já estavam dando sinais de fraqueza, então qualquer pequena notícia” poderia desencadear a reação.

Um dos motivos citados foi o recrudescimento da pandemia de covid-19 na Europa, em meio a notícias sobre novas restrições de mobilidade e a interrupção da vacinação com o imunizante da AstraZeneca em grande parte da União Europeia. Nesta sexta, países como Alemanha e França retomaram a utilização da vacina, e outros já tem o retorno planejado.

A Capital Economics avalia que os preços das commodities tomaram um “choque de realidade nesta semana”, caindo a despeito de mudanças nos fundamentos. “Otimismo precisa de alguma paciência”, avaliou a consultoria, citando reversões na melhora do quadro pandêmico. Ainda assim, a Capital espera um aumento da demanda pelo petróleo nos próximos meses, o que deve dar alguma sustentação a uma alta dos preços.