O petróleo fechou em alta nesta quinta-feira, 14, com o barril do Brent mais caro desde outubro de 2018, impulsionado pela informação de que a China elevou suas importações da commodity, com as negociações comerciais entre a potência e os Estados Unidos ainda no radar. Por outro lado, a leitura muito aquém do esperado de indicadores econômicos americanos limitou os ganhos, elevando as preocupações com a demanda pelo óleo.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para entrega em março fechou em alta de 0,95%, para US$ 54,41 por barril. Já na Intercontinental Exchange (ICE), o barril do Brent para abril avançou 1,51%, a US$ 64,57, no maior nível desde 26 de outubro de 2018.

Da China, dados otimistas sobre as importações de petróleo animaram os mercados. O gigante asiático ampliou as importações da commodity em 4,8% na comparação anual de janeiro, a 42,6 milhões de toneladas. Os fortes volumes ajudaram a dissipar os temores de uma desaceleração econômica na segunda maior economia do mundo, de acordo com analistas.

No pano de fundo, ajuda a continuidade das negociações comerciais sino-americanas. A partir desta quinta-feira, as conversas passaram a ter o envolvimento de autoridades de alto escalão. O secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, e o representante comercial do país, Robert Lighthizer, se encontrarão amanhã com o presidente da China, Xi Jinping, informou o South China Morning Post.

Além disso, relatos dão conta de que o presidente americano, Donald Trump, considera estender em 60 dias o prazo da trégua tarifária acordada por ele com Xi, que terminaria em 1º de março, postergando assim a data para elevação das tarifas impostas por Washington a US$ 200 bilhões de produtos chineses, hoje em 10%, para 25%.

“Antes desta semana, o mercado havia sido tomado por temores em torno da atividade econômica global e esses temores diminuíram um pouco, particularmente na frente comercial”, avalia a economista especializada em commodities da Capital Economics, Caroline Bain. Mesmo assim, informações de pessoas próximas às tratativas informam que ainda há impasses, especialmente relacionados às reformas estruturais na economia chinesa exigidas pelos EUA.

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Ainda nesta quinta-feira, o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, criticou a União Europeia (UE) por ainda tentar manter vivo o acordo nuclear internacional com o Irã. França, Alemanha e Reino Unido, assim como o restante do bloco europeu, continuam a apoiar o pacto firmado com Teerã, o que foi criticado por Pence. “Infelizmente, alguns dos nossos principais parceiros europeus não têm sido muito cooperativos. Na verdade, eles lideram o esforço para criar mecanismos para acabar com nossas sanções. É um passo imprudente e que só fortalece o Irã”, disse o vice-presidente americano em um discurso realizado na Polônia.

Os ganhos do petróleo, que chegou a operar no vermelho durante parte do pregão, foram limitados após a leitura decepcionante de dados econômicos dos EUA, especialmente as vendas no varejo de dezembro e o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) de janeiro. As preocupações de que a demanda pudesse arrefecer diante das notícias, que levaram diversas instituições a reduzirem a projeção de expansão para o Produto Interno Bruto (PIB) anualizado do país no quarto trimestre, pressionaram os preços de forma pontual. (Com agências internacionais)


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