Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta quarta-feira, mesmo diante das incertezas sobre um possível acordo preliminar entre Estados Unidos e China. A commodity avançou apoiada em afirmações vindas da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) que avaliam potencial de aumento da demanda pela commodity energética em 2020, e desaceleração no crescimento da produção do petróleo de xisto nos Estados Unidos. O secretário-geral da Opep, Mohammad Barkindo, disse ainda que os fundamentos econômicos globais permanecem fortes e que ele ainda confia que os EUA e a China chegarão a um acordo comercial.

O contrato do WTI para dezembro fechou em alta de 0,56%, a US$ 57,12 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para janeiro subiu 0,50%, a US$ 62,37 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

Na manhã desta quarta-feira, o secretário-geral da Opep, Mohammad Barkindo, afirmou que “é muito prematuro” dizer se a Opep vai manter os cortes na produção nos níveis atuais ou aprofundá-los na reunião de dezembro, num momento em que o avanço na produção de óleo de xisto dos EUA está perdendo força. O líder do cartel disse, no entanto, que a demanda pela commodity energética tem potencial de crescer em 2020, fez os contratos futuros inverteram a tendência de queda e passarem a subir.

Segundo analistas da Commerzbank, a decisão de manter cortes na produção de petróleo sem aprofundá-los não será suficiente para evitar um excesso de oferta no primeiro semestre de 2020. “A Opep corre o risco de ver, após sua reunião, uma queda nos preços (da commodity energética) que poderia entrar em uma escala semelhante à do ano passado, quando o Brent caiu para US$ 50 o barril, no Natal. É pouco provável que isso seja do interesse da Arábia Saudita, afinal, o reino planeja colocar ações de sua empresa estatal de petróleo, Saudi Aramco, na bolsa de valores, em meados de dezembro. E o período de assinatura (oferta pública de ações) coincidirá com a reunião da Opep”, avalia o Commerzbank.

Ainda nesta quarta-feira, o Departamento de Energia americano (DoE, na sigla em inglês) divulgou relatório de curto prazo sobre o setor, afirmando que o preço do barril tipo Brent deve ficar em média em US$ 60 em 2020, inferior à média de US$ 64 projetada para 2019. Já o petróleo WTI deve ficar em média US$ 5,50 mais barato (US$ 54,50) que o Brent ao longo de 2020. Baseando-se em dados preliminares, o DoE estima que os EUA tenham exportado 140 mil barris por dia (bpd) a mais de petróleo e derivados em setembro do que importou. Em outubro, as exportações totais excederam as importações em 550 mil bpd. Caso os números se confirmem, será a primeira vez que os EUA exportaram mais petróleo do que importaram desde o início desses registros, em 1949.

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