As cotações do petróleo tiveram seu terceiro dia consecutivo de queda nesta quarta-feira (22), em um mercado sem dinâmica e apesar da retomada da demanda nos Estados Unidos.

O preço do barril Brent do Mar do Norte para entrega em julho caiu 1,18% em Londres, para 81,90 dólares. Já o West Texas Intermediate (WTI), negociado no mercado americano e com vencimento para o mesmo mês, recuou 1,38%, para 77,57 dólares.

Para Susannah Streeter, da empresa de serviços financeiros Hargreaves Lansdown, a continuidade da política monetária agressiva do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) tem impactos sobre a capacidade financeira das famílias e empresas, que poderiam restringir seus gastos com energia.

Essa perspectiva preocupa os operadores do mercado, que temem pela demanda.

O informe semanal de reservas, no entanto, mostrou nesta quarta uma retomada da demanda de gasolina. Depois de seis semanas consecutivas abaixo dos 9 milhões de barris diários (mbd), subiu para 9,3 mbd.

Por sua vez, as reservas comerciais americanas de petróleo registraram um aumento inesperado na semana passada, segundo o relatório divulgado pela Agência de Informação sobre Energia (EIA), um dado que se explica por um ajuste estatístico.

Na semana concluída em 17 de maio, essas reservas aumentaram em 1,8 milhão de barris (mb) quando os analistas esperavam uma queda de 2 mb, segundo o consenso reunido pela agência Bloomberg.

A EIA realizou um ajuste estatístico que acrescentou cerca de 9,6 mb aos volumes do mercado americano na semana considerada.

Devido a esse procedimento, o aumento da semana não reflete exatamente o que aconteceu no mercado nesse período: as refinarias trabalharam a um ritmo maior (91,7% de sua capacidade contra 90,4% da semana precedente) e isso supõe mais processamento de petróleo.

Esses dados limitaram as perdas nesta quarta, mas não foram suficientes para que o petróleo fechasse com números positivos.

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Hargreaves Lansdown